Chavismo promete defender-se de Trump
Após ameaça americana de opção militar para a Venezuela, presidente de Constituinte diz que atuará para Maduro proteger a pátria dos EUA
A presidente da Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela (ANC), Delcy Rodríguez, classificou ontem de “covarde, insolente e infame” a ameaça do presidente americano, Donald Trump, de solucionar a crise política e econômica no país por meio da opção militar. Delcy afirmou ainda que a Constituinte atuará para auxiliar o presidente Nicolás Maduro na defesa da pátria.
O ministro das Relações Exteriores, Jorge Arreaza, advertiu ontem que a “temerária ameaça” feita por Trump põe em risco a estabilidade de toda região da América Latina e Caribe.
Ainda na sexta-feira, a Casa Branca informou que Trump havia rejeitado a proposta de Maduro, feita na quinta-feira, de uma conversa por telefone. A presidência informou que isso só ocorrerá quando o presidente venezuelano “restabelecesse a democracia no país”.
Apesar da ameaça do americano, o Pentágono ressaltou que não havia nenhum plano militar em curso sobre a Venezuela. A instalação da polêmica Constituinte, considerada pela oposição uma fraude que pretende instaurar uma ditadura no país, dificultou ainda mais a relação entre Caracas e Washington, tensa desde a chegada do chavismo ao poder, em 1999. O governo americano impôs sanções financeiras contra Maduro e 20 de seus funcionários e colaboradores, por avançarem com a Constituinte.
Ainda ontem, A Assembleia Constituinte, que rege o país como um “superpoder”, comunicou que as eleições regionais que estavam programadas para dezembro serão antecipadas para outubro. Nas eleições, serão eleitos os governadores de Estado.
Mercosul. Em nota divulgada ontem pelo Itamaraty, países do Mercosul repudiaram a violência e o uso da força contra a Venezuela. “O repúdio à violência e a qualquer opção que envolva o uso da força é inarredável e constitui base fundamental do convívio democrático, tanto no plano interno como no das relações internacionais”, afirmou a nota. A Venezuela foi suspensa do Mercosul no dia 5.