Amplo enxuto e arejado
Distribuição bem dosada aumenta sensação de amplitude em apartamento de 35 m2
Ao olhar pela primeira vez para este apartamento de 35 m², localizado no bairro do Panamby, em São Paulo, duas coisas chamam a atenção: a não divisão dos espaços e o predomínio do cinza. Ambos são responsáveis pelo ar moderno e acolhedor do local. Elaborada pela designer de interiores Mariane Cunha, a proposta, finalizada em 45 dias, foi pensada para receber um casal jovem, que gostaria de contar com uma cor preponderante em todos ambientes.
“Ficou atual, fala com os dias de hoje. Usamos vários tons de cinza, e isso não pesou. Deixamos uma mistura com preto. Fizemos um jogo de cores, que casaram com as que usamos nos acessórios. Isso acabou funcionando bem. Sobre as paredes, a gente trabalhou com tons de cinza um pouco mais escuros em umas, um pouco mais claros em outras. Percebe-se uma mudança, uma demarcação, mas sutil. Ficou agradável”, explica Mariane Cunha.
Além do predomínio do cinza, a designer de interiores não abriu mão de uma distribuição adequada à atualidade, que se casou perfeitamente com a escolha das cores. Por suas dimensões e por não ser compartimentado (com paredes delimitando cômodos), o imóvel pode ser considerado um estúdio.
“Mesmo o espaço sendo inteiramente aberto, setorizamos bem e ficou funcional. Toda a marcenaria foi pensada para não pesar muito nos custos. A parede que vem da cozinha só mudou de revestimento. Há uma unidade visual, mas não quebramos muito. Em imóveis pequenos como este é importante optar por soluções capazes de ampliar, ou ao menos de sugerir isso”, diz.
Ainda assim, a distribuição contempla todas as necessidades do dia a dia, sem abrir mão do conforto e da funcionalidade. “Tinha de ser algo que reunisse tudo o que um apartamento maior tem. Embora ele tivesse uma área toda aberta, a gente quis demarcar bem o dormitório. Na entrada, existe a demarcação da cozinha. Já outro espaço, já previsto em planta virou multifuncional – home office ou sala de refeições rápidas”, conta.
Mariane revela que até um móvel sob medida foi desenhado para levar ainda mais praticidade ao local. “Ele é versátil: tem roda, anda, vai para o terraço, circula”, ressalta.
A varanda gourmet também foi bem aproveitada. A ideia, ali, foi adaptá-la ao convívio e para refeições. “Já tinha uma previsão de bancada gourmet, de churrasqueira. Por outro lado, existia a necessidade de criar uma área de lavanderia, que teve de ser providenciada na varanda”, afirma a designer.
Como grande questão, esconder as roupas penduradas no varal nos momentos em que os moradores recebessem visitas se tornou preocupação prioritária. Daí a ideia de dotar o projeto de uma espécie de “esconderijo”.
“Precisávamos camuflar com alguma coisa que não fosse uma estrutura fixa e pesada, mas que pudesse esconder o varal na hora de receber visitas”, pondera. “O programa que recebemos do cliente poderia nos conduzir a um tipo de ocupação bem mais complexa. A gente optou por tons mais leves, suaves, pontuando com cores nos acessórios, para ganharmos respiro, uma atmosfera mais leve. Acho que chegamos lá”, conclui a designer./