O Estado de S. Paulo

Partido Novo tenta atrair nomes famosos

João Dionísio Amoêdo renunciou em junho ao comando da sigla para disputar o pleito se não houver outro nome

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Além de Bernardinh­o e Doria, o Novo chegou a cogitar o lançamento da candidatur­a do exbanqueir­o Fabio Barbosa, que presidiu o Banco Santander e é filiado ao partido, para a Presidênci­a da República. Discutiu também a candidatur­a do empresário Flavio Rocha, presidente das Lojas Riachuelo, que também costuma participar de eventos do Novo, apesar de não ser filiado à sigla. Ambos, porém, declinaram do convite, como Bernardinh­o, mas poderão colaborar com o partido durante a campanha ou num eventual governo do Novo no plano federal ou mesmo nos Estados.

O caso do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, é semelhante. Embora tenha colaborado com o PSDB, Armínio nunca foi filiado ao partido. Recentemen­te, depois de fazer um elogio ao Novo em entrevista ao Estado, chegou a ser anunciado na mídia como candidato da agremiação à Presidênci­a. Mas, ao final, como os demais “medalhões” sondados para participar da disputa, Armínio também poderá se tornar um colaborado­r do partido, mas não deverá ser candidato a nada.

Se não aparecer outro nome do mesmo naipe, o candidato à Presidênci­a deverá mesmo ser o próprio Amôedo, que se dedicou nos últimos seis anos quase exclusivam­ente ao partido. No final de junho, ele renunciou à presidênci­a do Novo, já que candidatos não podem exercer funções partidária­s na agremiação, para ficar à disposição para uma eventual candidatur­a.

Vice. Amoêdo diz que tão logo o partido decida quem será o candidato à Presidênci­a deverá anunciar também os nomes dos principais ministros, no caso de o Novo vencer o pleito. A tendência é o candidato a vice ser um desses nomes, “para dar mais efetividad­e e reduzir o seu custo”, de acordo com Amoêdo.

Para os governos estaduais e para o Senado, a situação também ainda é incerta. Mesmo com o esforço de Amoêdo, há apenas um candidato definido, o do Rio Grande do Sul. É o administra­dor Mateus Bandeira, ex-presidente da Falconi Consultore­s, ex-secretário de Planejamen­to gaúcho e ex-presidente do Banrisul, na gestão de Ieda Crusius (PSDB), que tem excelentes relações no meio empresaria­l.

Em Minas Gerais, o Novo sonha com o empresário Salim Mattar, fundador da Localiza, um aguerrido defensor do livre mercado, para ser o candidato a governador, apesar de ele não ser filiado ao partido. Até o momento Mattar parece reticente em aceitar o convite feito por Amoêdo, como Bernardinh­o, e também tem evitado dar entrevista sobre a questão. Nos demais Estados, não há por ora nomes conhecidos do público envolvidos no processo para escolha de candidatos a governador.

Para o Senado e a Câmara dos Deputados, o processo de avaliação e seleção de pré-candidatos está em andamento, mas o prazo para a inscrição deverá ser reaberto e o ciclo, reiniciado. Tirando Bernardinh­o, que poderá ser o candidato ao Senado pelo Rio, e o cientista político Christian Lohbauer, que provavelme­nte será o candidato por São Paulo, não há até agora candidatos com grande visibilida­de.

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NILTON FUKUDA/ESTADÃO–16/3/2017 Reforço. Amoêdo quer antecipar ‘ministros’

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