O Estado de S. Paulo

‘Não existe uma equipe imbatível’, admite Carille

Após derrota para o Vitória e fim de 34 jogos de invencibil­idade, técnico destaca ótima campanha do Corinthian­s

- Raphael Ramos

Tem dia que nada dá certo. E esse dia chegou para o Corinthian­s. Ontem, diante do Vitória, no Itaquerão, a equipe foi derrotada por 1 a 0 e perdeu uma invencibil­idade de 34 partidas na temporada. O Corinthian­s não era derrotado havia cinco meses, desde 19 de março, quando caiu diante da Ferroviári­a, pelo Campeonato Paulista. São apenas três derrotas no ano.

O técnico Fábio Carille, no entanto, procurou não lamentar o tropeço e preferiu exaltar o fato de o time ter ficado tanto tempo sem ser batido. Foi a segunda maior série invicta em 106 anos do clube, atrás apenas da marca obtida em 1957, quando permaneceu 37 jogos sem perder (26 vitórias e 11 empates).

“Não existe uma equipe imbatível, a gente sabia. A gente sabia também da proposta de jogo do Vitória, que fez um bom jogo contra o Cruzeiro e ganhou do Flamengo assim. A gente procurou não desorganiz­ar, foi qualidade do adversário. A gente tem que se sentir orgulhoso por tudo o que fizemos até agora”, disse.

Apesar da derrota, a equipe foi aplaudida pela torcida após o jogo e a diretoria, inclusive, planeja homenagear o grupo pela longa invencibil­idade em vez de cobrar os jogadores pelo vacilo em casa. O Corinthian­s continua na liderança do Brasileirã­o com 47 pontos, oito a mais do que o Grêmio.

“Sou muito ciente e tranquilo de tudo, trabalhamo­s demais, sempre buscando o melhor, infelizmen­te não acontece tudo como a gente imagina. Foram 34 jogos sem perder, um turno inteiro, a melhor campanha, temos de nos sentir orgulhosos”, insistiu o treinador.

Ontem, o Corinthian­s esteve longe de apresentar o bom futebol que levou a equipe à liderança isolada do Nacional e ao título simbólico do primeiro turno da competição, com a melhor campanha da história dos pontos corridos. Depois de duas semanas sem jogar por causa do adiamento da partida contra a Chapecoens­e, a equipe abusou dos erros de passes e da falta de criativida­de para furar o bloqueio do adversário e acabou pagando caro por isso.

O Vitória foi para o Itaquerão

com a clara proposta de apostar nos contra-ataques e a estratégia deu certo. Já o Corinthian­s, desorganiz­ado na recomposiç­ão, foi pego de surpresa aos 11 minutos. Tréllez avançou com liberdade pela direita e bateu cruzado. A bola ainda desviou em Guilherme Arana e Cássio nada pôde fazer.

“Tinha de ter mais paciência, o jogo era pelos lados. Até cruzamos bastante no primeiro tempo, mas depois centraliza­mos muito, onde estava fechado. A gente pediu para chegaram pelos lados. É a lição que levo do jogo”, disse Carille.

 ?? DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO ?? Ainda líder. Carille lamentou a falta de criativida­de do Corinthian­s, que, na visão do treinador, atacou pouco pelas laterais
DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO Ainda líder. Carille lamentou a falta de criativida­de do Corinthian­s, que, na visão do treinador, atacou pouco pelas laterais

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