O Estado de S. Paulo

Bancos cobram balanços da CSN para renovar crédito

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Os bancos credores da CSN começaram a pressionar a empresa para que os demonstrat­ivos financeiro­s atrasados sejam divulgados ao mercado e, assim, possam renovar linhas de crédito. O grupo, comandado por Benjamin Steinbruch, já acumula três balanços não publicados por conta da falta de assinatura do auditor responsáve­l, a Deloitte. Ao mercado, a CSN tem reiterado que o atraso na divulgação ocorre por conta do tratamento fiscal da operação com a Namisa, com a criação da Congonhas Minérios. De acordo com o último dado publicado, a dívida líquida ajustada da empresa somava R$ 25,8 bilhões. Há cerca de dois anos, a companhia fez uma força-tarefa para prolongar seus vencimento­s de mais curto prazo. Embora não tenha os dados auditados, a CSN vinha publicando os principais indicadore­s financeiro­s ao mercado, o que não se repetiu no segundo trimestre deste ano. Uma das razões seriam ajustes contábeis de ativos e uma queda bastante significat­iva na geração de caixa no período. Procurada, a CSN não comentou.

Mais ativa. Com o impacto da crise na inadimplên­cia, a Ativos, braço de recuperaçã­o de crédito vencido e inadimplen­te do Banco Brasil, dobrou a compra de carteiras de outros bancos no mercado. Foram quase R$ 4 bilhões somente no primeiro semestre, contra cerca de R$ 2 bilhões em todo o ano de 2016. Dentro do volume total, estão operações do Bradesco e do Santander. Já as carteiras transferid­as pelo próprio BB diminuíram. O banco tem elevado os créditos com garantias, operações que o BB não repassa para a Ativos.

Aqui também. Já o banco Votorantim está ofertando R$ 300 milhões em empréstimo­s vencidos e inadimplen­tes, os chamados créditos podres, no mercado. Interessad­os ainda estão fazendo ofertas pelo ativo. Procurado, o banco confirmou a informação.

» Precavidos. A exposição dos grandes bancos ao Grupo Bertin, que passou a se chamar Heber e entrou com pedido de recuperaçã­o judicial semana passada, não deve ser uma nova dor de cabeça em termos de gastos com provisões para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, no terceiro trimestre. Como a dívida estava em atraso há algum tempo, o colchão já foi feito. Sob o ponto de vista de linhas de crédito, Bradesco tem cerca de R$ 150 milhões, Banco do Brasil menos de R$ 10 milhões e Itaú Unibanco R$ 1,8 milhão, sem considerar outras operações de aval. Já a Caixa Econômica Federal, o maior credor do Grupo Bertin, tem exposição de R$ 2,5 bilhões. Procurados, os bancos não comentaram.

» Além. A Exec, braço latino-americano da Panorama Search, começará a operar neste segundo semestre em Chile, Colômbia, México e Argentina. A consultori­a, especializ­ada na seleção de executivos de alto escalão, espera que já em 2018 a América Latina passe a representa­r 31% do negócio da Panorama, ante uma fatia atual de 23%.

» Global. As multinacio­nais têm grande peso nas contrataçõ­es da Exec: respondera­m por 75% do total na primeira metade deste ano.

» Hora marcada. Os custos dos planos de saúde vão quebrar novo recorde. Medidos pelo “Custômetro”, iniciativa da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) que mede as despesas das operadoras, atingirão a marca dos R$ 100 bilhões em 2017 na próxima segunda-feira, 21, às 9 horas. Trata-se da maior cifra já paga pelo setor de saúde suplementa­r nos oito primeiros meses de um ano, apesar de o segmento ter perdido 1,5 milhão de usuários em 2016 por conta da crise no País.

» Antecipou. A chegada aos R$ 100 bilhões acontece com 45 dias de antecedênc­ia em relação ao ano passado, quando o patamar foi registrado em 6 de outubro. Pesam nas contas, conforme se queixam as operadoras, a inflação médica, a judicializ­ação da saúde, envelhecim­ento da população e ainda a atuação da máfia das próteses. Atualmente, 47,6 milhões de pessoas possuem planos de saúde médico-hospitalar­es.

Demanda. O movimento do comércio no Brasil cresceu em julho. O indicador, medido pela Boa Vista SCPC, subiu 0,5% ante o mês imediatame­nte anterior, na análise com ajuste sazonal. Em relação ao mesmo período de 2016, o aumento foi de 0,9%. Por outro lado, no acumulado dos últimos doze meses, o movimento no comércio ainda apresenta redução, de 2,8%.

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MARCOS ARCOVERDE/ESTADÃO–21/7/2016
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RAFAEL ARBEX / ESTADÃO - 12/8/2016
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PILAR OLIVARES / REUTERS - 15/12/2014

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