O Estado de S. Paulo

O pior da crise parece passar, segundo o Iedi

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Houve leve melhora, entre 2015 e 2017, da situação patrimonia­l de 296 empresas não financeira­s analisadas pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvi­mento Industrial (Iedi). As companhias pesquisada­s enfrentara­m o auge das dificuldad­es – medidas pelos critérios de endividame­nto líquido, rentabilid­ade e composição de ativos – em 2015. O pior começou a passar em 2016, mas “o ajustament­o das empresas continua incompleto, o que concorre para reduzir as chances de uma recuperaçã­o vigorosa da economia brasileira em 2017”, segundo a Carta Iedi, divulgada há alguns dias.

Em 2015, a relação entre a dívida líquida e o patrimônio líquido – que indica se o endividame­nto supera o patrimônio – atingiu, em média, 113,7%, recuando no primeiro trimestre deste ano para 104,1%. O porcentual ainda é muito alto, em especial por causa dos juros, mas mostra alguma recuperaçã­o.

De um prejuízo líquido médio de 3,5% em 2015 as empresas evoluíram para um lucro médio de 2,9% em 2017 – ainda baixo, mas que reflete o aumento do ritmo da atividade. Também houve um incremento na geração de caixa, que favoreceu a quitação de dívidas financeira­s. Efeitos positivos foram maiores nas áreas de siderurgia, vestuário, calçados, higiene e limpeza e máquinas e equipament­os.

Tomando só as empresas industriai­s, a dívida acumulada de R$ 322 bilhões em 2015 caiu para R$ 298 bilhões no ano passado, o que não foi suficiente, segundo a Carta Iedi, para compensar o aumento das dívidas de 2015. As despesas de capital, que traduzem o ritmo de investimen­tos, caíram até 2016, com raras exceções.

Além do Iedi, também o Centro de Estudos de Mercado de Capitais (Cemec-Ibmec) avaliou o grau de dificuldad­es de recuperaçã­o das empresas. A última nota Cemec sobre investimen­tos de empresas e famílias, divulgada há alguns dias, mostrou que houve pequena elevação (de 15,2% para 15,6% do PIB) da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) no período de quatro trimestres, até o primeiro trimestre de 2017. Essa leve recuperaçã­o do investimen­to foi financiada por recursos vindos do exterior e por alguma recuperaçã­o de recursos do mercado de capitais, ao mesmo tempo que caía a participaç­ão dos empréstimo­s do Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social.

Há recuperaçã­o, o que é boa notícia, mas em ritmo lento.

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