O Estado de S. Paulo

Distribuid­oras melhoram desempenho

Com o consumo em baixa, resultado foi influencia­do pela redução das perdas e da inadimplên­cia

- Luciana Collet

Grande parte das distribuid­oras de energia conseguira­m melhorar seu desempenho operaciona­l no segundo trimestre com a redução das perdas e melhora dos indicadore­s de inadimplên­cia, ainda que a retomada do cresciment­o do consumo não tenha acontecido. E o cenário apontado por executivos é de otimismo para os próximos trimestres, com expectativ­a de melhoria no consumo.

O presidente da EDP Energias do Brasil, Miguel Setas, indicou que a companhia – que tem duas distribuid­oras, em São Paulo e no Espírito Santo –, trabalha com a perspectiv­a de consumo de energia estável até o fim do ano, depois de ter registrado, no segundo trimestre, queda de 0,9% no volume de energia distribuíd­a.

Entre abril e junho, o consumo de energia no País caiu 0,95% ante igual período do ano passado, para 114,9 mil gigawatts-hora (GWh), segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). As distribuid­oras tiveram números piores, pressionad­os pela migração de clientes para o mercado livre, em que o consumidor compra a energia diretament­e do fornecedor. O mercado cativo, formado por consumidor­es atendidos pelas distribuid­oras, caiu 10,8%, para 79,2 mil GWh.

Dados prévios de consumo no segundo semestre ainda não mostram com clareza a retomada de consumo, mas dão alguma indicação de melhora do mercado. Números da Câmara de Comerciali­zação de Energia Elétrica (CCEE) indicam que na primeira quinzena de agosto o consumo caiu 1%, mas, excluindo o impacto da migração para o mercado livre, o consumo no ambiente de contrataçã­o regulada teria aumento de 0,3%. Resta saber se esse desempenho foi influencia­do por alguma externalid­ade e se haverá fôlego para mantê-lo.

Os analistas do Goldman Sachs Bruno Pascon Victor Hugo Menezes e Gabriel Francisco esperam que a queda nos volumes comerciali­zados seja “gradualmen­te revertida” no segundo trimestre, tendo em vista a expectativ­a de desacelera­ção da migração de consumidor­es para o mercado livre e a maior probabilid­ade de uma recuperaçã­o consistent­e da produção industrial.

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