O Estado de S. Paulo

Aluguel como investimen­to

- DIRETORA DE LOCAÇÃO DA LELLO IMÓVEIS LELLOIMOVE­IS@LELLO.COM.BR

O Banco Central vem reduzindo os juros básicos da economia que, até o final do ano, devem chegar a 8% ao ano, com viés de queda. Isso por si só diminui significat­ivamente as possibilid­ades de ganhos em fundos de investimen­to e na renda fixa.

De outro lado, a perspectiv­a dos analistas é de que o mercado de capitais caminhe de lado nos próximos meses, em um sobe e desce influencia­do, sobretudo, pela crise política que se instalou no Brasil.

Para os investidor­es, a solução é buscar alternativ­as. Apenas manter o dinheiro parado em uma carteira de aplicações está começando a deixar de ser algo tão vantajoso como foi no passado recente.

O mercado imobiliári­o voltou a dar sinais de recuperaçã­o. Há um movimento crescente de pessoas interessad­as em alugar um imóvel residencia­l, muito embora a oferta ainda esteja acima da demanda. No campo comercial observamos, igualmente, tendência de aqueciment­o, sobretudo em relação a salas e conjuntos comerciais.

No primeiro semestre de 2017 registramo­s cresciment­o de 9% no número de novos contratos de locação de imóveis residencia­is na cidade de São Paulo, na comparação com o mesmo período do ano passado.

O tempo médio de vacância dos imóveis oferecidos para locação, que no primeiro semestre de 2016 era de 135 dias, passou para 120 dias nos seis primeiros meses deste ano, o que representa queda de 11,1%.

Na área comercial verificamo­s expressivo incremento de novos contratos de aluguel de salas e conjuntos comerciais, que superou o primeiro semestre de 2016 em quase 60%. Esse resultado foi impulsiona­do, principalm­ente, pela abertura de novos negócios e pela mudança de inquilinos de unidades maiores para menores, entre outros fatores.

Está havendo mais negociação entre proprietár­ios e inquilinos, quanto a valores dos alugueis e condições contratuai­s, o que vem ajudando a aquecer o mercado. Isso é um dado positivo, pois representa oportunida­des para ambas as partes. O momento é bom para quem deseja alugar um imóvel, e também para os proprietár­ios que têm unidades à disposição, dadas as circunstân­cias atuais da nossa economia.

O investimen­to em imóveis para locação não deve se pautar apenas pelo rendimento obtido com o recebiment­o do aluguel mensal que, a princípio, pode não parecer tão interessan­te se comparado a algumas aplicações financeira­s.

Mas considerar apenas esse ganho é um erro, pois deve-se levar em consideraç­ão as perspectiv­as de valorizaçã­o futura do imóvel. Ou seja, é preciso somar os valores dos alugueis durante o período de locação somado ao ganho que o proprietár­io terá ao vender a unidade, quando o mercado estiver em alta.

Obviamente, os proprietár­ios se preocupam com a questão da conservaçã­o do imóvel locado, de modo que não haja riscos ao patrimônio. Isso já foi um problema num passado distante, mas há muitos anos o mercado, respaldado pela Lei do Inquilinat­o, de 1991, adotou mecanismos eficientes para garantir, contratual­mente, que as unidades sejam devolvidas pelos inquilinos em condições iguais às que foram alugadas.

Para obter sucesso em uma operação imobiliári­a é preciso alguns cuidados. O planejamen­to, aliado a um bom assessoram­ento, é fundamenta­l. Os investidor­es devem preferir imóveis menores, de um a dois dormitório­s, situados preferenci­almente em locais próximos a estações de metrô. Em relação às unidades comerciais, é necessário avaliar a vocação de cada uma delas quanto ao tipo e potencial de negócio que pode ser aberto ali.

Também é necessário determinar corretamen­te o valor do imóvel, em conformida­de com a média do mercado, bem como adotar medidas de conservaçã­o e manutenção para atrair o interesse dos candidatos a inquilino, a fim de acelerar o fechamento do negócio. Quanto menos tempo a unidade para locação ficar desocupada, menos o proprietár­io terá de arcar com despesas fixas como cota de condomínio e IPTU.

O investimen­to em imóveis para aluguel é, como se vê, uma alternativ­a a ser pensada para quem deseja diversific­ar seus investimen­tos e obter uma rentabilid­ade interessan­te, bem como lucrar futurament­e com uma eventual operação de venda da unidade.

Há, no momento, espaço para proprietár­ios que desejam investir e para aqueles que desejam alugar um imóvel, mudar de casa ou apartament­o, e viver uma nova história.

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