‘Nosso objetivo é acelerar desenvolvimento do negócio’
Iniciativa da Artemisia, em conjunto com o Instituo Sabin, oferece apoio e mentoria para jovens empresas
A parceria da Artemisia com o Instituto Sabin teve inicio em 2014 e resultou na criação do programa de mentoria e aceleração Artemisia Lab. Nos dois primeiros anos, o programa realizou eventos voltados ao ecossistema de saúde para conectar os diversos atores. Em 2017, as entidades selecionaram 17 negócios de impacto social em fase inicial, que atuam na área de saúde. A seguir, a diretora executiva da Artemisia, Maure Pessanha, conta como o programa funciona.
Qual foi o critério usado para selecionar as startups?
Na análise dos negócios que foram mapeados no Artemisia Lab: Saúde e Bem-Estar, identificamos 171 empresas e nossa equipe voltou o olhar para soluções de prevenção e bem-estar. Na prática, a busca focou startups inovadoras que apresentassem soluções com potencial de qualificar e/ou complementar a oferta pública oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Quanto tempo dura?
Nosso programa é realizado ao longo de seis semanas. Ele é dividido em dois workshops presenciais e dois webinars (web conferência) temáticos.
O que é oferecido?
Nosso objetivo é acelerar o desenvolvimento do negócio. Avaliamos o modelo de negócio e oferecemos ferramentas e conteúdos com o propósito de promover a reflexão sobre o impacto que a solução se propõe a causar. Discutimos mecanismos para que o negócio se torne mais eficiente e assertivo na resolução do problema da saúde, olhando para o cliente, usuário e para sua proposta de valor, bem como o modelo de receita. Também estabelecemos conexão com especialistas de negócios e troca com empreendedores da nossa rede.
Quando foi o encerramento?
O último workshop foi realizado em São Paulo nos dias 10 e 11 de agosto. Neste encontro, selecionamos três negócios de destaque que continuarão recebendo mentorias feitas por membros da equipe Artemisia. Os selecionados são: Beone Tech, Pickcells e Fófuuu.
O número de soluções de impacto social na área de saúde está aumentando realmente? O motivo é a crise?
Novos modelos vêm surgindo nos últimos anos e podemos cruzar essa tendência com a situação que vivemos no País. Vemos um impacto significativo causado pelo desemprego, que fez milhões de pessoas perderem planos de saúde privados. Em um ano, aproximadamente 1,6 milhão de brasileiros deixaram de ter planos de saúde. Além disso, esses planos tiveram reajuste de 16%, sendo que há três anos eles lideram o ranking de reclamações por conta da insatisfação com os serviços prestados.
Então o cenário é propício? Diante de um cenário desafiador como este, surgem oportunidades de desenvolvimento de negócios de impacto social que tragam acesso a serviços de saúde com preços acessíveis, atendendo uma população que hoje está desatendida pelos planos e que, em muitos casos, não querem enfrentar as dificuldades do SUS. Este é o ‘poder de escolha’ que trabalhamos para oferecer à população de menor renda. Dessa forma, pacientes mais vulneráveis podem optar se querem ser atendidos no SUS ou em um serviço privado de qualidade, baixo custo e com formas diferenciadas de pagamento.