‘Os empresários da nova geração estão pensando em um novo Brasil’
Aos 33 anos, o empresário Fabricio Mitre poderia se conformar com a posição de herdeiro. Neto de um mascate libanês que fez fortuna no Brasil, Mitre agrupou os negócios de seu pai uma holding.
A companhia, que foi batizada com o sobrenome da família, controla incorporadoras imobiliárias, uma delas voltada à residência estudantil; uma empresa de agronegócio; uma rede de clínica oftalmológica; além de uma participação relevante em uma empresa de gás liquefeito natural nos Estados Unidos. Fabricio Mitre traçou planos de expansão para o grupo, cujo patrimônio líquido é avaliado em cerca de R$ 450 milhões.
Como o grupo Mitre atravessou a recessão desses últimos anos?
Na área imobiliária, começamos a fazer empreendimentos para estudantes, que é muito comum no Hemisfério Norte. Os outros lançamentos voltados para classe média, com renda entre R$ 8 mil e R$ 10 mil, para quem está comprando seu primeiro imóvel. Então, não passamos pela crise toda do setor. A nossa rede Hospital dos Olhos de São Paulo tem crescido. Em agricultura, temos 4 mil hectares próprios voltados para agropecuária e feijão irrigado, que é referência.
O sr. não teme que uma disputa societária afete os negócios da família? Há dez anos, quando assumi os negócios do meu pai (o médico Jorge Mitre), montamos um conselho e criamos um acordo de acionistas (Fabricio tem uma irmã). Criei uma estrutura de governança corporativa para um negócio familiar para dar robustez ao nosso negócio. Temos uma equipe de profissionais de mercado competentes para gerir as empresas.
Quais são os planos de crescimento do grupo?
Hoje, a área imobiliária e de saúde representam boa parte do faturamento do grupo (Mitre não quis divulgar o valor). A área de agronegócios vai crescer e vamos buscar investidores financeiros para a rede oftalmológica em 2018. O negócio de incorporação imobiliária será o nosso principal negócio até 2020.
Prevê algum desinvestimento para poder avançar em incorporação? Pretendemos nos desfazer no ano que vem de nossa fatia na Delfin LNG para investir na área imobiliária.
Como vê a atual crise política? Há muitas incertezas, mas acredito na retomada da economia. Teremos novas lideranças. Acho que há muitos novos empresários pensando o Brasil.