Morreu ontem no Rio ex-presidente da CVM
O advogado e ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Luiz Leonardo Cantidiano morreu ontem, aos 68 anos, de câncer. Segundo o cemitério Memorial do Carmo, zona portuária do Rio, velório e cremação serão realizados nesta segunda-feira, às 12h.
Formado na então Universidade do Estado da Guanabara (hoje Universidade do Estado do Rio de Janeiro), em 1972, Cantidiano se tornou referência na área de Direito Societário e Mercado de Capitais.
Cantidiano foi diretor da CVM de 1990 a 1991 e ocupou a presidência de 2002 a 2004. No cargo, regulamentou os fundos de private equity e de securitização e publicou a Instrução 400, primeira atualização da regra que governa os IPOs (ofertas públicas de ações) em 25 anos.
O advogado foi membro do Conselho de Administração da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro e do Conselho de Administração da BNDE Spar, entre outros cargos.
Em depoimento no livro comemorativo dos 40 anos da CVM, escrito pelo jornalista George Vidor, Cantidiano contou que a passagem pelo órgão regulador do mercado de capitais mudou sua maneira de encarar algumas questões profissionais. Aprendeu, por exemplo, que é importante não julgar casos “na fumaça do tiro”. “Há que se dar tempo para se colher as provas. E o julgador tem sempre de mirar onde está o interesse público, mantendo a independência.”
Outra lição foi que não adiantava regular, fiscalizar e não punir. “O regulador deve ficar atrás da porta sempre com a garrucha na mão. É como a Lei Seca. Só pegou porque pune o infrator.”