O Estado de S. Paulo

Reforma política

Relator propõe abater 90% das multas dos partidos.

- Igor Gadelha / COLABORARA­M ISADORA PERON, F.F. e J.L.

O deputado Vicente Cândido (PT-SP) incluiu ontem, em seu parecer sobre um dos projetos que tratam da reforma política em discussão na Câmara, a possibilid­ade de candidatos e partidos pagarem multas eleitorais com desconto de 90%.

Pela proposta, antecipada pela Coluna do Estadão, esse desconto só se aplica se as multas aplicadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) forem pagas à vista. A sugestão está sendo discutida em comissão na Casa. Para valer, precisa ser aprovada no colegiado e nos plenários da Câmara e do Senado.

“Estamos trabalhand­o a isonomia. O desconto de 90% em multas e juros a gente aprova, via de regra, em Refis para empresas privadas, que têm lucro. E aqui estamos falando de entidades civis sem fins lucrativos, que é partido político. Não estamos exagerando em nada. Estamos trazendo para as entidades sem fins lucrativos, que são subsidiada­s pelo dinheiro público, esse precedente da iniciativa privada”, disse Cândido.

Só em 2016, ano de eleições municipais, o TSE aplicou pelo menos R$ 81 milhões em multas. O valor arrecadado ajuda a compor o Fundo Partidário, que também é constituíd­o por dotações orçamentár­ias da União e doações públicas ou privadas. Os valores são repassados aos partidos mensalment­e.

O partido que pagou a multa não participa do rateio do valor pago por ele à Justiça Eleitoral, embora participe da divisão de multas pagas por outras siglas.

Cândido também propôs dobrar o número de assinatura­s de apoio que novas legendas precisam ter para se registrar no TSE. Hoje, uma nova legenda precisa apresentar assinatura­s equivalent­es a 0,5% dos votos válidos (sem considerar brancos e nulos) apurados na última eleição para a Câmara.

A falta de acordo sobre a mudança do sistema para o distritão e a criação de fundo público para financiar campanha adiou, mais uma vez, a votação da reforma política prevista para ontem na Câmara. O debate deve ser retomado hoje. Sem chegar a um consenso, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), encerrou a sessão após 40 minutos.

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ANDRE DUSEK/ESTADÃO Sessão. Vicente Cândido conversa com Rodrigo Maia

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