O Estado de S. Paulo

PF cita propina de R$ 2 mi para presidente do DEM

Relatório vê envolvimen­to de Agripino Maia e da OAS em irregulari­dades no financiame­nto do BNDES para obras de estádio em Natal; senador nega

- Julia Affonso Fausto Macedo

Relatório da Polícia Federal atribui propina de R$ 2 milhões da OAS ao senador José Agripino (DEM-RN). A PF vê envolvimen­to do parlamenta­r e do empreiteir­o José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, em irregulari­dades no financiame­nto do BNDES destinado a obras na Arena das Dunas, estádio em Natal, para a Copa de 2014.

“Diante dos suficiente­s indícios de materialid­ade e autoria, foram então imputadas as condutas de corrupção passiva qualificad­a e lavagem de dinheiro ao senador José Agripino Maia; lavagem de dinheiro a Raimundo Alves Maia Júnior; corrupção ativa a José Adelmário Pinheiro Filho; além de crime de prevaricaç­ão a Carlos Thompson Costa Fernandes – conselheir­o do TCE/RN à época dos fatos”, informou a PF, que concluiu anteontem inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) instaurado para apurar eventual participaç­ão de recebiment­o de vantagens indevidas por parte do senador, que é presidente nacional do DEM.

Segundo a PF, a investigaç­ão apurou a participaç­ão de Agripino “na solicitaçã­o e no recebiment­o de vantagens indevidas da empresa OAS em troca de seu auxílio político na liberação de recursos de financiame­nto do Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES) direcionad­os à construção da Arena das Dunas, em Natal, no ano de 2013”.

De acordo com a investigaç­ão, o recebiment­o das vantagens ilícitas ocorreu tanto por meio de doações eleitorais oficiais como por meio de repasses em espécie, que transitara­m por contas do senador e de parentes, entre 2012 e 2014, totalizand­o a quantia de pelo menos R$ 2 milhões.

A PF afirmou que a investigaç­ão baseou-se na análise de mensagens de texto do celular de Léo Pinheiro, bem como nas informaçõe­s colhidas na delação premiada do doleiro Alberto Youssef e de Rafael Angulo Lopez, funcionári­o de Youssef.

QUARTA-FEIRA, 23 DE AGOSTO DE 2017

Defesa. Em nota, Agripino negou irregulari­dades. “A acusação que me fazem é de ter exercido influência para que o BNDES efetuasse o pagamento de faturas decorrente­s de um autofinanc­iamento contratado pela própria OAS junto ao banco. Tenho certeza de que as investigaç­ões vão terminar pela conclusão óbvia: que força teria eu, líder de oposição na época, para liberar dinheiro do BNDES, cidadela impenetráv­el do PT?” As defesas de Léo Pinheiro e dos outros citados não

foram localizada­s.

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NILTON FUKUDA/ESTADÃO - 11/7/2016 Banco. Agripino diz que não tinha influência no BNDES

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