O Estado de S. Paulo

Doação de empresa divide parlamenta­res

- T.F., e JULIA LINDNER

Apesar de nos bastidores haver uma discussão sobre a retomada do financiame­nto empresaria­l de campanha, parlamenta­res veem dificuldad­e em aprovar agora esse tipo de proposta. Para deputados e senadores, ainda há questões a serem discutidas antes de o tema voltar à pauta do Congresso.

“Eu acho que deveríamos caminhar para o financiame­nto privado, desde que o STF (Supremo Tribunal Federal) possa se manifestar antes”, afirmou o líder do PSB no Senado, Fernando Bezerra (PE).

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defenderam anteontem, no “Fórum Estadão – Reforma Política em Debate”, a doação de empresas como alternativ­a ao fundo público em análise na Câmara, estimado em R$ 3,6 bilhões.

Mesmo correligio­nário de Maia, o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), disse não ser possível votar tal proposta no atual contexto político. “O financiame­nto de empresa hoje criaria um clima de criminaliz­ação do voto.”

O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), defendeu a doação de empresas a candidatos e partidos. “Acho que é absolutame­nte inaceitáve­l qualquer fundo que tire dinheiro do Orçamento e de projetos importante­s. Não o financiame­nto do jeito que era, mas com novas regulações, bem duras”, disse Jereissati.

Sobre o distritão, o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) afirmou não ter a menor dúvida de que o modelo eleitoral dificulta a renovação na Casa.

Já o modelo distrital misto é visto com simpatia pelo ministro do Supremo Ricardo Lewandowsk­i. “O distrital misto fortalece os partidos políticos”, afirmou. /

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