Doação de empresa divide parlamentares
Apesar de nos bastidores haver uma discussão sobre a retomada do financiamento empresarial de campanha, parlamentares veem dificuldade em aprovar agora esse tipo de proposta. Para deputados e senadores, ainda há questões a serem discutidas antes de o tema voltar à pauta do Congresso.
“Eu acho que deveríamos caminhar para o financiamento privado, desde que o STF (Supremo Tribunal Federal) possa se manifestar antes”, afirmou o líder do PSB no Senado, Fernando Bezerra (PE).
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defenderam anteontem, no “Fórum Estadão – Reforma Política em Debate”, a doação de empresas como alternativa ao fundo público em análise na Câmara, estimado em R$ 3,6 bilhões.
Mesmo correligionário de Maia, o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), disse não ser possível votar tal proposta no atual contexto político. “O financiamento de empresa hoje criaria um clima de criminalização do voto.”
O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), defendeu a doação de empresas a candidatos e partidos. “Acho que é absolutamente inaceitável qualquer fundo que tire dinheiro do Orçamento e de projetos importantes. Não o financiamento do jeito que era, mas com novas regulações, bem duras”, disse Jereissati.
Sobre o distritão, o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) afirmou não ter a menor dúvida de que o modelo eleitoral dificulta a renovação na Casa.
Já o modelo distrital misto é visto com simpatia pelo ministro do Supremo Ricardo Lewandowski. “O distrital misto fortalece os partidos políticos”, afirmou. /