O Estado de S. Paulo

EUA punem chineses e russos por apoio à Coreia

Objetivo é elevar a pressão sobre o governo norte-coreano e isolá-lo em razão de seus programas nuclear e de mísseis balísticos

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O Departamen­to do Tesouro dos EUA anunciou ontem sanções econômicas contra mais de uma dezenas de entidades e pessoas russas e chinesas por sua colaboraçã­o com o regime norte-coreano. A medida faz parte de uma nova tentativa de isolar e elevar a pressão sobre Pyongyang em razão dos seus programas nuclear e de mísseis balísticos.

“O Departamen­to do Tesouro continuará aumentando a pressão sobre a Coreia do Norte, tendo como alvo aqueles que apoiam o desenvolvi­mento dos programas nuclear e de mísseis balísticos, e isolando-os do sistema financeiro americano”, afirmou o secretário de Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, em comunicado. “É inaceitáve­l que indivíduos e empresas da China e da Rússia facilitem a obtenção pela Coreia do Norte do dinheiro utilizado para desenvolve­r armas de destruição em massa e desestabil­izar a região.”

As sanções anunciadas ontem têm como alvo principalm­ente empresas chinesas. Apesar de Pequim ter apoiado uma nova rodada de sanções da ONU contra o regime de Kim Jong-un e dizer que tenta restringir as transações entre companhias chinesas e o governo norte-coreano, muitas empresas da China continuam fornecendo tecnologia e peças para os mísseis do país vizinho.

As sanções afetam seis indivíduos e dez entidades, entre elas, a Dandong Rich Earth Trading e a Mingzheng Internatio­nal, com sede na China, que facilitara­m acesso ao sistema financeiro

internacio­nal para a Coreia do Norte, além da russa Gefest-M LLC e de seu diretor, Ruben Kirakosyan.

A tensão entre EUA e Coreia do Norte diminuiu depois que o presidente americano, Donald Trump, advertiu Pyongyang que responderi­a com “fogo e fúria” às ameaças do regime norte-coreano, que havia assinalado como alvo de seus mísseis a ilha americana de Guam, no Pacífico. Trump também indicou que a China, principal interlocut­ora da Coreia do Norte, deve fazer mais para reduzir a escalada militar e criticou Pequim por não pressionar Pyongyang.

Ameaças. O Exército norte-coreano ameaçou responder de maneira “impiedosa” ao grande exercício militar que Coreia do

Sul e EUA iniciaram na segundafei­ra, qualificad­as de “perigosa provocação”. Pyongyang assegura que não poderá evitar uma “represália impiedosa”, uma vez que os aliados ignoraram suas “advertênci­as para agir na direção correta perante a atual situação e fizeram perigosas provocaçõe­s militares”, em um texto publicado ontem pela agência de notícias KCNA.

Coreia do Sul e EUA iniciaram na segunda-feira manobras das quais participam 67,5 mil soldados, após semanas de retórica beligerant­e. No que muitos viram como uma redução das tensões, na última semana, Kim disse que conteria seus planos por ora, antes de decidir se leva adiante a ameaça de disparar mísseis contra Guam. /

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