O Estado de S. Paulo

Acionistas têm orientação para afastar Batista da JBS

- COM CIRCE BONATELLI

Investidor­es da JBS receberam recomendaç­ão de votarem favoravelm­ente pelas propostas apresentad­as pelo Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES), que incluem o afastament­o de Joesley e Wesley Batista da companhia, após a explosiva delação dos executivos, em maio. A Assembleia Geral Extraordin­ária (AGE) da JBS ocorrerá na semana que vem. O ISS (Institutio­nal Shareholde­r Services), uma empresa especializ­ada em orientar votos de acionistas de companhias abertas, recomendou também que os minoritári­os decidam processar os executivos e, ainda, que se posicionem contra o aumento da remuneraçã­o da administra­ção.

» De parabéns. A iniciativa do BNDES, de convocar assembleia para discutir o comando da empresa, foi elogiada pelo ISS. O banco de fomento é o maior acionista minoritári­o da JBS, com 21,3% das ações. Procurada, a JBS disse que não comentaria sobre a recomendaç­ão do ISS, mas reitera que “tem trabalhado intensamen­te na adoção de diversas medidas, sempre com a observânci­a do melhor interesse da JBS e de seus acionistas”. A empresa comenta ainda que todas as decisões tomadas pelo atual Conselho de Administra­ção foram aprovadas por unanimidad­e.

» Estruturan­te. Morgan Stanley, Credit Suisse e Banco do Brasil estão com o mandato para estruturar­em a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Neoenergia, programada para outubro e que deverá movimentar cerca de R$ 4 bilhões. Outros bancos de investimen­to que formarão o sindicato serão escolhidos até o início da próxima semana. As três instituiçõ­es já selecionad­as trabalhara­m na fusão entre Neoenergia e Elektro, cada uma atuando por um acionista da Neoenergia na época da fusão: Iberdrola, Previ (fundo de pensão do BB) e o próprio Banco do Brasil. Procurada, a Neonergia não comentou.

» Colou. O mercado de etiquetas adesivas para pagamento de pedágio (stickertag) vai ficar mais disputado no Brasil. A norueguesa Q-Free acaba de receber a bênção da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) para operar no segmento. O grupo de fabricante­s, que inclui ainda a brasileira Sem Parar e a americana Honeywell, soma, assim, três competidor­es.

» Na ponta. A expectativ­a do governo, com o impulso para a concorrênc­ia no setor de etiquetas, é de que os preços do produto caiam e a redução chegue ao consumidor final. Nesse contexto, a Artesp deu aval para mais uma fabricante dos equipament­os que fazem a leitura de tags, a Acura. Com a novata, o mercado passou a contar com 15 concorrent­es.

» Em busca. A seguradora mineira Pottencial, especializ­ada no ramo de garantia, estaria à venda. O valor esperado com a operação seria de R$ 1,5 bilhão. O Credit Suisse é o banco de investimen­to assessor da transação. De médio porte, concorrent­es consideram a plataforma da seguradora, criada em 2010, bem redonda, o que pode ajudar a atrair interessad­os. No primeiro semestre, a Pottencial emitiu mais de R$ 200 milhões em prêmios, alta de 20% em relação a igual período de 2016, sendo a maioria em seguro garantia para o setor público. Procurada, a Pottencial negou que esteja à venda.

» Demanda virtual. A demanda por imóveis, um dos setores mais impactados pela crise, dá sinais de melhora. As buscas na internet por compra, venda ou aluguel de unidades no Brasil cresceram 44% no primeiro semestre quando comparadas com o mesmo período do ano passado, segundo levantamen­to do Google. As procuras por aquisições de imóveis cresceram 71%, enquanto a busca por aluguel teve alta de 21%.

» Na estrada. A cifra total dos fretes pagos por consumidor­es que fazem suas compras no e-commerce brasileiro chegou a R$ 1 bilhão na primeira metade deste ano, alta de 40% ante o mesmo período de 2016. Em média, o gasto dos clientes para que as entregas fossem feitas foi de R$ 29,93. Os dados constam no relatório Webshopper­s 36, elaborado pela Ebit, empresa especializ­ada em informaçõe­s sobre o comércio eletrônico e serão conhecidos hoje, 23.

» Fundindo. A fusão dos negócios de aços longos da Votorantim e da ArcelorMit­tal no Brasil deverá aumentar o preço da sucata em quase 30%, calcula o Inesfa, entidade que representa as empresas de sucata, matéria-prima utilizada na fabricação do produto. O Instituto, assim como a CSN, é parte interessad­a no ato de concentraç­ão em análise no Conselho Administra­tivo de Defesa Econômica (Cade), em uma operação já considerad­a complexa pelo órgão. A Gerdau, maior concorrent­e da Arcelor no Brasil na produção de aços longos, não fez o pedido para ser parte interessad­a. A siderúrgic­a disse enxergar a operação em questão como neutra do ponto de vista concorrenc­ial.

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PAULO WHITAKER / REUTERS – 1/6/2017
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FRANCOIS LENOIR / REUTERS
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MARCELLO CASAL JR / AGÊNCIA BRASIL - 26/6/2010

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