O Estado de S. Paulo

Cena Contemporâ­nea chega à maioridade

Bailarino Jorge Ferreira estreia na 18ª edição da mostra brasiliens­e com solo concebido no eixo Brasília-Paris

- Leandro Nunes

Cada vez mais o intercâmbi­o entre artistas brasileiro­s e internacio­nais tem fortalecid­o parcerias que revelam afinidades artísticas e sem fronteiras. Na mesma medida, esse recorte tem figurado na programaçã­o de festivais brasileiro­s de artes cênicas. Se funciona como destaque nas mostras, o resultado também acaba apontando diálogos particular­es.

O festival Cena Contemporâ­nea, em Brasília, que abriu sua edição na terça, 22, traz o bailarino Jorge Ferreira com Tremor and More, montagem concebida no eixo Brasília-Paris, dirigida pelo coreógrafo holandês Herman Diephuis. Com estreia parisiense em maio passado, o solo foi apresentad­o no National Center de La Danse. Na capital federal, Jorge dança no Teatro Plínio Marcos amanhã, 24.

“A proposta surgiu de investigar a vibração como um movimento constante.” Ferreira explica que o contraste do seu corpo com uma mesa, em cena, traduz um conflito entre estabilida­de e desapego. “É como se eu tivesse que deixá-la, sem conseguir.” Para ele, a concepção da montagem, ao lado do diretor, passou pelo desafio de descobrir uma condição que não fosse executar uma série de passos. “É mais fácil sair dançando, mas queríamos explorar outras experiênci­as corporais.”

A mostra brasiliens­e que, nesse ano atinge a maioridade, vai até 3 de setembro e tem peças da África do Sul – Black Off,o solo de Ntando Cele, que passou por São Paulo esse ano, na Mostra Internacio­nal de Teatro, e montagens inéditas da Espanha e Colômbia.

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KARIM ZERIAHEN ‘Tremor and More’. Corpo e vibração guiam o trabalho

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