Amazonino vence eleição no Amazonas
Ex-governador, candidato do PDT, vence disputa contra o também ex-governador Eduardo Braga (PMDB) e vai assumir mandato-tampão
O ex-governador Amazonino Mendes (PDT) foi eleito ontem para chefiar o Executivo do Amazonas pela quarta vez. O segundo turno da eleição suplementar no Estado ficou marcado pela alta taxa de abstenção e votos nulos. Quase a metade dos eleitores amazonenses, 49,64%, optaram por não escolher um dos dois candidatos que disputaram o pleito. O pedetista, que vai comandar o Estado em um mandato-tampão de 14 meses, venceu Eduardo Braga (PMDB), com 59,26% dos votos válidos contra 40,74% do opositor.
Em seu discurso da vitória, Amazonino fez questão de se dirigir aos mais de um milhão de eleitores que não escolheram entre ele e o Eduardo Braga no segundo turno: “Elas (as pessoas que votaram brancos, nulos ou se abstiveram) são um grito de alerta para um país que praticamente perdeu o rumo”.
Para o cientista político Carlos Melo, a baixa mobilização nas eleições de ontem seguiu a tendência já registrada em 2016 de crescimento do “não voto” – os brancos, nulos e abstenções. Na eleição passada, por exemplo, São Paulo teve 38,84% de “não votos”. No Rio, o número de votos abstenções somadas a brancos e nulos foi recorde chegando a 46,93% dos eleitores.
“É um fenômeno que já vem sendo observado. As pessoas não querem votar e, das que vão votar, provavelmente porque são obrigadas, uma parte considerável delas acaba não votando em nenhum porque não tem opção”, disse Melo.
Amazonino retorna ao governo após cinco anos distante da vida pública. Foi alçado ao posto de candidato numa articulação entre o senador Omar Aziz (PSD) e o prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto (PSDB). Ele ficará no cargo até o fim de 2018.
O Estado do Amazonas vive uma crise política desde que o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou a cassação, em maio, dos mandatos do então governador, José Melo (PROS), e de seu vice, José Henrique de Oliveira (SD), por compra de votos na eleição passada.
O Tribunal Regional Eleitoral amazonense (TRE-AM) definiu que a diplomação dos novos titulares do Palácio do Rio Negro será realizada no próximo dia 2 de outubro.
Ocorrências. A Polícia Federal, que atuou na segurança das eleições, registrou 18 ocorrências. Em Novo Aripuanã, a 225 quilômetros de Manaus, o exprefeito da cidade Raimundo Robson de Sá foi detido sob a suspeita de realizar transporte de eleitores. No trajeto, estariam sendo entregues santinhos do candidato Amazonino Mendes. Ele foi levado à delegacia da Polícia Federal e liberado, após assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência.
Nas 6.668 seções eleitorais, apenas 40 urnas eletrônicas apresentaram problemas. Dessas, 26 precisaram ser trocadas. Uma urna foi desligada acidentalmente por uma criança de três anos, quando a mãe justificava o voto.