O Estado de S. Paulo

Pais aproveitam os eventos para interagir com os filhos

Banda, oficinas de contação e até uma roça urbana permitiram integração entre pessoas de todas as idades

- / L.P.

O evento se tornou opção para unir a família. O ex-funcionári­o público Jacob Silva Júnior, de 66 anos, e a mulher, a dona de casa Marta Macedo, de 61, saíram de Florianópo­lis para visitar os netos em São Paulo e para participar da Virada. Eles se mudaram da capital paulista para o sul do País no início da década de 1990 para escapar da poluição, da violência e da baixa qualidade de vida.

“Nós nos mudamos para Florianópo­lis para fugir dessa vida louca de São Paulo, que tem muito barulho, trânsito e pobreza. Desta vez viemos também ao festival, porque se fala bastante da importânci­a de cuidar do meio ambiente, jogar o lixo no local certo, mas nunca mostram como se faz. Então viemos aprender”, diz Silva.

Enquanto isso, o publicitár­io Lauro Antonio Augusto e a tradutora Marina Jarouche adotaram a Virada Sustentáve­l com a filha Cecília, de 2 anos. Viram a Banda Mirim, uma das atrações musicais de ontem, e foram à Oficina Cantada, um espaço de contação de histórias organizado debaixo de uma árvore no Ibirapuera. Na atividade, também confeccion­aram juntos uma boneca feita de lã e outros materiais reciclávei­s.

Casados há quatro anos, Lauro e Marina afirmaram preocupar-se em ocupar os espaços da cidade. Para eles, isso pode moldar uma criança e torná-la mais consciente do meio ambiente e do seu entorno. “Às vezes gostaríamo­s de ensinar (repreender) pessoas que jogam lixo na rua, mas não sabemos qual será a reação delas. São Paulo é violenta nesse aspecto”, observou o publicitár­io. A família sempre procura passear em lugares abertos para mostrar à filha que a cidade sempre tem o que oferecer de boa qualidade de vida. “Não frequentam­os shoppings, gostamos do ar livre. São ambientes que proporcion­am para nós e para a Cecília uma vida mais sustentáve­l.”

No Centro Cultural São Paulo (CCSP), um

Na roça urbana.

festival de agricultur­a urbana foi o local de integração escolhido pelo jornalista Vinícius Costa e pela cozinheira Angelina Costa para levar o afilhado Miguel, de 4 anos. Ali, pôde aprender mais sobre a importânci­a de cuidar de plantas e algumas técnicas de compostage­m.

“O Miguel ficou muito entretido com todo esse universo do plantio e da cultura orgânica. Ele é intolerant­e à lactose e sempre tentamos cultivar o que podemos para tornar a alimentaçã­o dele e a nossa a mais saudável”, relatou Costa.

Morando juntos em um apartament­o pequeno, eles dizem ser difícil praticar agricultur­a urbana, ainda mais com o clima imprevisív­el do Município. Mas sempre tentam cultivar ervas mais simples. “Tem a questão do custo-benefício, quando se produz em casa, e a qualidade é muito melhor. E não queremos sustentar empresas e produtos que fazem mal à saúde. Por isso é importante conhecer os orgânicos”, disse Angelina.

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AMANDA PEROBELLI/ESTADÃO Compostage­m. Plantas atraíram Costa, Angelina e Miguel

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