O Estado de S. Paulo

Brandt avalia aquisições para obter 20% do mercado

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Anorte-americana Brandt, empresa de fertilizan­tes especiais que em 2016 adquiriu a brasileira Target, planeja um salto em sua participaç­ão de mercado nos próximos três anos. Quer sair dos atuais 1,5%, de um segmento que movimenta R$ 3 bilhões por ano, para 15% a 20%. Para isso, vai investir de R$ 50 milhões a R$ 80 milhões neste período em aquisições de empresas do setor e na possível construção de uma fábrica em Londrina, no Paraná. O presidente da Brandt no Brasil, Wladimir Chaga, tem mantido conversas com três empresas do Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Sua ideia é fechar negócio neste ano ou até o início de 2018 para atingir 7% de participaç­ão no mercado. “Virão outras aquisições certamente”, afirma Chaga em conversa com a coluna.

Para guardar. A safra recorde de grãos no Brasil está impulsiona­ndo as vendas de silos-bolsa, que permitem guardar a produção nas fazendas. Maior fabricante do produto, a Pacifil deve fechar 2017 com aumento de 50% nas vendas. Como também exporta, a empresa está perto de usar toda sua capacidade de produção anual, de 130 mil silos-bolsa.

» E vender depois. A estrutura custa menos que os silos convencion­ais, é de rápida montagem e pode armazenar 180 toneladas. Os brasileiro­s compram menos de 100 mil silos-bolsa por ano, enquanto os argentinos, até 350 mil. “Com certeza temos potencial para alcançar a Argentina”, diz o diretor comercial da Pacifil, Gustavo Bazzano.

» De vento em popa. A montadora de máquinas agrícolas Massey Ferguson espera bons resultados na Expointer, feira agropecuár­ia que acontece nesta semana em Esteio (RS). O diretor de Vendas, Rodrigo Junqueira, projeta vendas 10% a 15% maiores que na edição de 2016. Ele justifica o otimismo com os mais de dez lançamento­s, os juros mais baixos da linha de crédito Moderfrota e a disposição dos agricultor­es em investir em tecnologia. » No azul. Para o ano, a Massey também prevê vendas até 15% maiores. Junqueira cita a safra recorde de grãos, investimen­tos feitos em maquinário­s por usinas de açúcar e álcool e a renovação da frota por produtores do Mapitoba (Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia).

» Café em dobro. Maior cooperativ­a de café do mundo, a Cooxupé investe R$ 36 milhões na ampliação da indústria de beneficiam­ento de café no Complexo Industrial Japy. Com o aporte, a unidade em Guaxupé (MG) deve dobrar a capacidade diária de beneficiam­ento de 10 mil para 20 mil sacas de 60 quilos.

» Na expectativ­a. O setor exportador de proteína animal tem esperanças de que, em breve, os EUA vão reabrir seu mercado para a carne bovina do Brasil. O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportador­as de Carnes (Abiec), Antonio Camardelli, disse à coluna que a administra­dora do Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar do Departamen­to de Agricultur­a dos Estados Unidos, Carmen Rottenberg, deve visitar o País na primeira semana de setembro. O Brasil quer mostrar que a vacinação contra a febre aftosa não é um problema. Abscessos na carne, provocados pela vacina, levaram o país a suspender as compras do produto nacional.

» Impasse. Produtor de cana, o exministro Roberto Rodrigues (foto) cobra a revisão no Consecana. O sistema foi criado em 1999 e considera no cálculo da remuneraçã­o aos fornecedor­es apenas preços do açúcar e do etanol nos mercados interno e externo. Ganhos com bioenergia e produtivid­ade industrial no período, por exemplo, não são incluídos.

“O produtor precisa se beneficiar da modernizaç­ão e dos avanços do setor em quase 20 anos” Roberto Rodrigues,

EX-MINISTRO DA

AGRICULTUR­A

» Regras. Elizabeth Farina, presidente da Unica, entidade que representa as usinas, rebate a demanda sobre mudanças no Consecana: "A gente tem reuniões semanais sobre o Consecana. Todo mundo quer o melhor para todos, mas é difícil mudar regras em tempo de crise. Em geral é quando a gente quer mudar", disse.

» Troca. A Monsanto vai incentivar clientes a usar a produção como moeda de troca na compra de insumos para a próxima safra. Como o Brasil colheu uma safra recorde de milho, a empresa sugere aos clientes que garantam sementes para a safrinha de 2018 pagando agora com o cereal estocado. A gerente de commoditie­s da empresa, Juliana Jardim, estima que estas operações vão triplicar, porque produtores precisam liberar os silos para a soja a ser colhida no começo do próximo ano.

» Ganha terreno. A multinacio­nal norte-americana fechou o ano fiscal de 2017, encerrado neste mês, com 15% a 20% das vendas a prazo feitas na modalidade barter. Trocou soja e milho principalm­ente por sementes, mas também por defensivos. No ano fiscal de 2016, quando o acesso ao crédito foi mais difícil no Brasil, esse porcentual chegou a 30%.

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BETO BARATA/ESTADÃO–26/5/03 Clima a favor. Produtor tem investido em tecnologia para colher mais
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JJ LEISTER/ESTADÃO-11/5/2000
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GABRIELA BILÓ / ESTADÃO

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