‘Direcionamos o foco para o varejo, mas não deixamos a construção civil’
Acrise enfrentada pela construção civil desde 2014 fez a Fischer Brasil, líder na produção de buchas e outros sistemas de fixação de grandes estruturas, se reinventar. A empresa alemã que começou aqui em 1950 e chegou a crescer, em média, 7% ao ano entre 2009 e 2013, vendendo diretamente para construtoras, viu a receita cair 10% em 2014 e 6% no ano seguinte.
Para virar o jogo, a companhia, presente em 46 países e que fatura mais de ¤ 700 milhões no mundo – a empresa não divulga dados do Brasil –, voltou a crescer 5% em 2016 vendendo para lojas de varejo. A expectativa é avançar 15% este ano, segundo Marcos Ellert, presidente da operação no Brasil. “Direcionamos o foco para os home centers, mas não abandonamos a construção civil.”
Como a crise afetou os negócios? Tivemos grandes eventos que estimularam bastante os investimentos em infraestrutura que nos ajudaram nessa etapa de crescimento. Depois disso, houve uma freada nos investimentos e a demanda por nossos produtos caiu por causa da crise. Isso fez a gente repensar a forma de atuar. Direcionamos o foco para o varejo, mas não abandonamos os segmentos da construção civil. Antes da crise, a construção civil representava quase 70% do negócio e o varejo um pouco mais de 30%. Hoje, ele já responde por 60%. Estamos ampliando desde 2016 a presença no Norte e Nordeste, e fazendo parcerias com atacadistas.
Com a crise houve mudanças no consumo de materiais de construção? Cresceu o número de pessoas que fazem conserto doméstico. Hoje, as pessoas buscam informações na internet. Criamos um site para isso.
Como vocês vão ampliar vendas no varejo se o comércio não anda bem? Trazendo novos produtos em embalagens mais ‘amigáveis’ ao consumidor. Estamos lançando 50 produtos que devem responder por 30% das vendas. Nos últimos anos praticamente não tivemos lançamento. Era basicamente o ‘arroz com feijão’. Um segmento importante é o de adesivos, por exemplo. Há uma tendência de não fazer furo nas paredes para
fixar quadros.
Os lançamentos serão fabricados no Brasil?
Não, a maioria é importada.
Não é arriscado fazer uma aposta com base na importação?
Nossos produtos importados são produzidos globalmente e a economia de escala permite ter um custo mais interessante./ MÁRCIA DE CHIARA