O Estado de S. Paulo

Alimentos desviados são vendidos nas ruas

Seguranças de trens e Metrô vão poder confiscar mercadoria­s oferecidas dentro do transporte público

- Daniela Amorim Marcio Dolzan / RIO

No Rio de Janeiro, os produtos desviados em assaltos a caminhões são oferecidos ao consumidor nas ruas, no transporte público ou em estabeleci­mentos que se arriscam a repassar o produto obtido de forma ilegal. Alimentos, roupas, brinquedos e até jogos de lençóis estão entre os itens ofertados a preços irrisórios, quando comparados aos cobrados pelo varejo formal, que embute custos de produção, frete e impostos.

Diante da enxurrada de itens roubados do varejo, as autoridade­s tentam inibir a prática. A Secretaria de Estado de Transporte­s publicou no Diário Oficial da última sexta-feira uma resolução que autoriza agentes de segurança de concession­árias de trem e Metrô a confiscar mercadoria­s e equipament­os de ambulantes que estejam atuando no transporte público.

O decreto prevê que o material apreendido seja registrado e entregue às autoridade­s públicas competente­s. “Segundo o secretário de Transporte­s, Rodrigo Vieira, além de coibir a venda de produtos dentro dos trens, o objetivo é preservar a segurança dos passageiro­s”, diz a nota oficial distribuíd­a pela secretaria de Transporte­s.

Na última quinta-feira, cem agentes de segurança foram mobilizado­s em uma operação da Polícia Civil contra o roubo e a receptação de cargas roubadas no Rio. Quinze pessoas foram presas, entre comerciant­es e intermediá­rios.

WhatsApp. As investigaç­ões apontaram que os roubos eram combinados por WhatsApp. Os comerciant­es “encomendav­am” as mercadoria­s, e os assaltante­s se encarregav­am de conseguir a carga desejada. Carne e cerveja eram os itens mais procurados, mas eletrônico­s e itens de vestuário também estavam na mira dos criminosos. Os suspeitos pagavam uma espécie de pedágio a traficante­s para que tivessem autorizaçã­o de atacar os caminhões que transporta­vam as mercadoria­s.

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