O Estado de S. Paulo

Fundo que une ações e renda fixa é opção para começar a arriscar

Investidor que já não se contenta mais com o Tesouro Direto pode buscar fundos chamados de multimerca­dos

- Jéssica Alves

Considerad­os como a porta de entrada para a renda variável, os fundos multimerca­dos vão se consolidan­do como os queridinho­s do investidor que não se contenta mais com a rentabilid­ade dos CDBs e títulos do Tesouro Direto. Apenas nos primeiros sete meses do ano, os fundos registrara­m captação líquida de R$ 48,5 bilhões, 143,5% mais do que todo o ano de 2016, quando foram levantados R$ 19,9 bilhões.

Essa opção de investimen­to mistura em um mesmo pacote renda fixa, ações ou moedas, e com ela é possível obter retornos maiores do que apenas com a renda fixa.

O motivo para essa procura é o desempenho da aplicação. Ao longo dos últimos anos, o Índice Ibovespa, principal referência no mercado brasileiro de ações, teve diversos altos e baixos, mas muitos fundos multimerca­dos conseguira­m gerar ganhos sem passar por esses percalços. “É possível tomar mais risco evitando toda a volatilida­de que esses índices sugerem”, diz o economista da Rio Bravo, Eduardo Levy.

Para o professor de finanças da FGV, William Eid, a dica é poupar um pouco mais para conseguir entrar em fundos maiores. O especialis­ta destaca os fundos multimerca­do da Verde Asset e o da Garde D’Artagnan, ambos com perfis mais agressivo e aporte mínimo de R$ 50 mil.

Professora de finanças do Insper, Juliana Inhasz recomenda olhar as taxas de retorno nos últimos seis ou oito

meses e comparar como o fundo se comportou. “Fundos que registram boa performanc­e geralmente têm boa gestão, mas também têm taxas maiores”, conta. O problema, segundo a professora, é que esses investimen­tos são mais sensíveis ao cenário econômico e também requerem

sangue frio.

Sopa de letras. O investidor que busca opções considerad­as mais arrojadas se depara com nomes menos conhecidos no mercado, como as debêntures e os Certificad­os de Recebíveis Imobiliári­o e Agrícola (CRI e CRA), por exemplo.

Os CRIs, CRAs, assim como as debêntures, são títulos de dívida de empresas que serão pagos no médio ou longo prazo. Eles também integram o time da renda fixa e funcionam como um empréstimo para a companhia.

Porém, quem se responsabi­liza pelo pagamento é a própria instituiçã­o e não mais o banco que emitiu o papel. Logo, não há garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e o risco é maior. Por outro lado, CRIs, CRAs e algumas debêntures oferecem isenção de Imposto de Renda (IR).

Eid, da FGV, lembra que ainda há poucas opções de debêntures. O total investido nesses papéis era de R$ 258 bilhões em julho, alta de 3,78% sobre o mesmo mês de 2016. Para CRIs, o avanço foi de 10,26% e o estoque somava R$ 72 bilhões na mesma comparação. Já para CRAs, o estoque saltou 116,21% na mesma base e era de R$ 24 bilhões em julho.

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NILTON FUKUDA/ESTADÃO-21/8/2017 Caixa. Eid, da FGV, recomenda poupar um pouco mais para entrar em fundos maiores

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