Um governante jovem e com poder absoluto
Kim Jong-un é um dos chefes de Estado mais jovens do mundo e exerce um poder absoluto desde que assumiu a dinastia norte-coreana. Filho mais novo de Kim Jong-il, o atual líder foi designado para comandar o país após a morte do pai, em 2011. Na época, tinha pouco mais de 20 anos e os especialistas o viam como alguém vulnerável, sem experiência e passível de ser manipulado. Mas rapidamente Kim Jong-un mostrou seu caráter ao silenciar as vozes discordantes, até mesmo na cúpula do poder, adotando atitudes agressivas em relação à comunidade internacional.
O atual líder se mostrou disposto a se distanciar da China, seu único aliado de importância, ao descartar a possibilidade de abandonar seu programa armamentista. O líder está no poder há quase seis anos, mas a comunidade internacional pouco sabe sobre ele. Kim nunca visitou de forma oficial qualquer país estrangeiro.
Ele é filho da terceira mulher de Kim Jong-il, uma bailarina coreana nascida no Japão. Kim estudou em colégios na Suíça, onde era considerado um jovem ambicioso e onde descobriu, entre outras coisas, o basquete, o esqui e os filmes de Jean-Claude Van Damme. Funcionários de uma escola que ele frequentou e seu colegas, que segundo a imprensa desconheciam o fato de ele fazer parte da família governante da Coreia do Norte, lembram dele como uma criança tímida. Em uma entrevista ao Washington Post, Ko Yong-suk, que desertou em 1998 para os EUA, descreveu Kim como um menino mimado e intolerante.
Dennis Rodman, ex-estrela do time de basquete Chicago Bulls, visitou várias vezes Pyongyang e é um dos poucos ocidentais conhecidos que se reuniu com Kim recentemente.
Desde os 8 anos, Kim sabia que se tornaria o líder de seu país, mas só começou a aparecer em público em 2008, após o derrame cerebral de seu pai. O regime, então, acelerou os preparativos da nova sucessão dinástica. Seu pai, Kim Jongil, havia sido preparado durante décadas para assumir o poder após a morte do fundador da Coreia do Norte, Kim Ilsung, morto em 1994.
Apesar da falta de experiência, Kim Jong-un logo adotou a diplomacia de alto risco praticada por seu pai e por seu avô, provocando uma série de crises.
Kim Il-sung continua a ser venerado na Coreia do Norte. Por isso, o neto imita sua maneira de vestir, seu penteado – corte de cabelo que deixa a nuca e as orelhas descobertas – sua forma de falar e até de escrever. Em contrapartida, Kim parece ter se distanciado do legado do pai, cujo reinado foi marcado por uma grave crise alimentar que deixou milhares de mortos.