O Estado de S. Paulo

Janot levanta dúvidas entre investigad­ores

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Investigad­ores se perguntam ao final por que razão Joesley Batista entregou à PGR áudios que podem compromete­r seu acordo de delação. Joesley já se mostrou muito esperto para cometer erro tão crasso. Ele tem ótimos advogados, conseguiu todos os benefícios: não foi preso; não teve o passaporte apreendido; não usou tornozelei­ra, não pode ser processado e, ainda, ganhou milhões após confessar crimes. A decisão de Janot de pedir a revisão do acordo com base nesses áudios também intrigou os que enxergam no movimento brusco uma vacina.

» Toma aqui. Na entrevista, Janot disse que os áudios foram dados por Joesley de “livre e espontânea” vontade. São quatro horas de conversas que trariam “graves indícios” envolvendo a Procurador­ia e o STF.

» Esquentara­m. A J&F nega que os áudios comprometa­m Joesley Batista. “O diálogo em questão é composto de “meras elucubraçõ­es, sem qualquer respaldo fático”, diz.

» Ferveu. Um trecho da nota chama a atenção. A J&F diz ter ouvido vários profission­ais antes de decidir pela delação. A Coluna apurou que a lista inclui Marcelo Miller, ex-braço direito de Janot que se associou a escritório que advogou para Joesley.

» Jogo jogado. O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, soube primeiro que Rodrigo Janot iria pedir a revisão do acordo de delação da JBS. Janot o avisou pouco antes de fazer seu pronunciam­ento.

» Delação em dúvida. A delação de Ricardo Saud, da JBS, não prosperou quanto ao escritório Erick Pereira Advogados. A banca foi excluída pela PGR da lista de investigad­os no inquérito que apura caixa 2 de Robinson e Fábio Faria, governador potiguar e deputado.

» Todo mundo tá feliz. No Planalto, a avaliação é de que, ao pôr a delação da JBS sob risco, o próprio Rodrigo Janot praticamen­te sepultou a segunda denúncia que deve apresentar contra o presidente Michel Temer.

» Árvore envenenada. A leitura é que as fragilidad­es na delação de Joesley Batista contaminam as informaçõe­s do delator Lúcio Funaro, que darão sustentaçã­o à nova denúncia. SINAIS PARTICULAR­ES.

Antônio Mariz

» Na marra. O senador Lasier Martins (PSD-RS) apresentou requerimen­to para convocar o ex-presidente Lula na CPI do BNDES. Defende que o petista explique empréstimo­s do banco a empreiteir­as do petrolão.

» Defesa. A AGU ingressou no STF com pedido de habeas corpus para evitar que o ministro da Saúde, Ricardo Barros, seja obrigado a comparecer a audiência, quarta, na Justiça da Bahia.

» O caso. Barros é acusado de descumprir liminar para compra de medicament­o para síndrome de Hunter. » CLICK.

No jogo. Apesar de admitir mudar de partido para disputar e eleição presidenci­al de 2018, o prefeito João Doria (SP) vai buscar o apoio do senador Aécio Neves para se fortalecer no PSDB frente ao governador Geraldo Alckmin.

» Vou pensar. O mineiro não gostou da veemência com que Doria apoiou seu afastament­o do comando da sigla. Aliados de Aécio, porém, acham que a conversa ainda pode prosperar.

» Cheguei! Recém-nomeado juiz substituto do TSE, Sérgio Banhos estreia hoje. Vai substituir Admar Gonzaga, que viaja para o RJ.

COM NAIRA TRINDADE Advogado do presidente Michel Temer

“Se fosse o PGR, não agiria de forma açodada como na primeira denúncia, que se mostrou inválida”, dizendo que Raquel Dodge deve decidir sobre outra denúncia.

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FACEBOOK ACM NETO O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), participa da missa em homenagem aos 90 anos de seu avô, o exgovernad­or da Bahia Antonio Carlos Magalhães.
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Geraldo Alckmin e João Doria, governador e prefeito de São Paulo
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