ELN aceita trégua antes da visita do papa
Acordo entre guerrilha e governo colombiano é anunciado às vésperas da chegada do pontífice
O governo colombiano e a guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN), que mantêm negociações de paz no Equador, acertaram um cessar-fogo bilateral às véspera da visita do papa Francisco à Colômbia, que começa amanhã. O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, disse estar satisfeito com as negociações e informou que, inicialmente, o acordo valerá de 1.º de outubro a 12 de janeiro.
Em seu site, a guerrilha afirmou que o cessar-fogo corresponde em parte à visita do pontífice, que apoiou o acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que se tornaram um partido político.
O papa enviou ontem uma mensagem em vídeo aos colombianos na qual diz que irá ao país como “peregrino da paz e da esperança”. O pontífice chega amanhã para promover o acordo de paz entre o governo e as Farc.
“Querido povo da Colômbia, em poucos dias visitarei seu país como peregrino da esperança e da paz”, disse o papa. Francisco também disse se sentir “honrado de visitar uma terra rica de história, de cultura, de fé, de homens e mulheres que trabalharam com afinco e constância para que seja um local onde reine a harmonia e a fraternidade, onde dizer irmão e irmã não seja algo estranho, mas um verdadeiro tesouro a proteger e defender”. Como é seu costume, antes de terminar a mensagem, o papa pediu que rezassem por ele.
Durante sua estadia, até o domingo, Francisco visitará quatro cidades colombianas, presidirá quatro missas para multidões, pronunciará 12 discursos
e se reunirá com vítimas e atores do conflito interno. Essa será a terceira visita de um pontífice à Colômbia. Paulo VI esteve no país em 1968 e João Paulo II, em 1986.