Quadrilha, que antes assaltava bancos, já tinha invadido 20 casas no Morumbi
Violência. Segundo investigações feitas ao longo de meses, grupo desbaratado anteontem não tinha integrantes fixos e roubava residências no bairro desde 2010, chegando a obter valores milionários; entre os dez mortos, nove tinham passagem pela polícia
Uma quadrilha com longa ficha criminal, assaltos milionários e histórico de confrontos com policiais do Departamento de Investigações Criminais (Deic). Esse é o perfil dos mortos no tiroteio com policiais civis, anteontem, na região do Morumbi, zona sul da capital paulista. Entre os integrantes estavam especialistas em ataques a bancos e proprietários de armamento pesado, todos articulados em torno de Mizael Pereira Bastos, o Sassá, de 28 anos, que participou de pelo menos 20 assaltos a casas da região, incluindo a do cunhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), no ano passado.
Ontem, o governador negou falhas ou excessos na ação que deixou dez bandidos mortos e nenhum policial ferido. “Quem está de fuzil não está querendo conversar. Eram criminosos fortemente armados, com munição que nem poderia ser utilizada e coletes balísticos.” Segundo a Polícia Civil, nove dos dez mortos tinham passagem policial – cinco deles se encontram com mandado de prisão em aberto pela Justiça por diversos crimes, principalmente roubo. A exceção era Rodrigo Kaique Evangelista dos Santos, de 18 anos, o mais novo do bando.
Considerado por policiais como o “rei do roubo a residências”, Sassá é uma espécie de articulador do bando, que não tinha integrantes fixos e invadia casas no Morumbi desde 2010. Segundo as investigações, ele seria responsável por levantar informações locais e reunir a equipe para praticar o roubo, convidando criminosos que dispunham de armamento pesado para fazer a “contenção”. “Essa pessoa tem pelo menos 20 roubos identificados, com impressões Os assaltantes chegam à residência alvo do assalto. Quatro entram na casa, dominam três adultos e uma criança, e outros seis ficam na contenção, armados de fuzil e coletes à prova de balas
O Fiat Toro bate contra uma viatura descaracterizada e o primeiro confronto acontece quase na frente da residência, com três mortos. Dois assaltantes saem correndo, entre eles o líder da quadrilha
digitais e outras provas, só aqui no Deic”, afirmou o delegado Ítalo Zaccaro, titular da 2.ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio, que chefiou a ação. “Só hoje chegaram seis vítimas de roubos no Morumbi que teriam reconhecido as fotos.”
Sassá aparece segurando um fuzil em imagens de câmeras de segurança da casa de um desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo – furtada no dia 20 de agosto. O líder foi morto na Rua Santo Eufredo e estava Antônio José Pereira
“Se a ocorrência fosse três, quatro meses atrás, a polícia ia abrir caminho porque não tinha armamento à altura. Nós usamos fuzis no enfrentamento, e foi esse armamento que deixou o confronto mais compatível.”
Líder da quadrilha de assaltos à residência, Mizael Pereira Bastos, o Sassá, morre na Rua Santo Eufredo
Outro integrante morre na Rua Melo Moraes Filho
DELEGADO DA DIVISÃO DE
PATRIMÔNIO DO DEIC