O Estado de S. Paulo

Quadrilha, que antes assaltava bancos, já tinha invadido 20 casas no Morumbi

Violência. Segundo investigaç­ões feitas ao longo de meses, grupo desbaratad­o anteontem não tinha integrante­s fixos e roubava residência­s no bairro desde 2010, chegando a obter valores milionário­s; entre os dez mortos, nove tinham passagem pela polícia

- Felipe Resk

Uma quadrilha com longa ficha criminal, assaltos milionário­s e histórico de confrontos com policiais do Departamen­to de Investigaç­ões Criminais (Deic). Esse é o perfil dos mortos no tiroteio com policiais civis, anteontem, na região do Morumbi, zona sul da capital paulista. Entre os integrante­s estavam especialis­tas em ataques a bancos e proprietár­ios de armamento pesado, todos articulado­s em torno de Mizael Pereira Bastos, o Sassá, de 28 anos, que participou de pelo menos 20 assaltos a casas da região, incluindo a do cunhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), no ano passado.

Ontem, o governador negou falhas ou excessos na ação que deixou dez bandidos mortos e nenhum policial ferido. “Quem está de fuzil não está querendo conversar. Eram criminosos fortemente armados, com munição que nem poderia ser utilizada e coletes balísticos.” Segundo a Polícia Civil, nove dos dez mortos tinham passagem policial – cinco deles se encontram com mandado de prisão em aberto pela Justiça por diversos crimes, principalm­ente roubo. A exceção era Rodrigo Kaique Evangelist­a dos Santos, de 18 anos, o mais novo do bando.

Considerad­o por policiais como o “rei do roubo a residência­s”, Sassá é uma espécie de articulado­r do bando, que não tinha integrante­s fixos e invadia casas no Morumbi desde 2010. Segundo as investigaç­ões, ele seria responsáve­l por levantar informaçõe­s locais e reunir a equipe para praticar o roubo, convidando criminosos que dispunham de armamento pesado para fazer a “contenção”. “Essa pessoa tem pelo menos 20 roubos identifica­dos, com impressões Os assaltante­s chegam à residência alvo do assalto. Quatro entram na casa, dominam três adultos e uma criança, e outros seis ficam na contenção, armados de fuzil e coletes à prova de balas

O Fiat Toro bate contra uma viatura descaracte­rizada e o primeiro confronto acontece quase na frente da residência, com três mortos. Dois assaltante­s saem correndo, entre eles o líder da quadrilha

digitais e outras provas, só aqui no Deic”, afirmou o delegado Ítalo Zaccaro, titular da 2.ª Delegacia da Divisão de Investigaç­ões sobre Crimes contra o Patrimônio, que chefiou a ação. “Só hoje chegaram seis vítimas de roubos no Morumbi que teriam reconhecid­o as fotos.”

Sassá aparece segurando um fuzil em imagens de câmeras de segurança da casa de um desembarga­dor do Tribunal de Justiça de São Paulo – furtada no dia 20 de agosto. O líder foi morto na Rua Santo Eufredo e estava Antônio José Pereira

“Se a ocorrência fosse três, quatro meses atrás, a polícia ia abrir caminho porque não tinha armamento à altura. Nós usamos fuzis no enfrentame­nto, e foi esse armamento que deixou o confronto mais compatível.”

Líder da quadrilha de assaltos à residência, Mizael Pereira Bastos, o Sassá, morre na Rua Santo Eufredo

Outro integrante morre na Rua Melo Moraes Filho

DELEGADO DA DIVISÃO DE

PATRIMÔNIO DO DEIC

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IMAGEM: GOOGLE

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