O surpreendente Janot
Sempre surpreendente, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, anunciou que determinou investigações por omissão de informações ao examinar gravações entregues na semana passada pelos irmãos criminosos Joesley e Wesley Batista, controladores do Grupo J&F. O conteúdo desses anexos incriminaria o ex-procurador federal Marcelo Miller, membros do Ministério Público Federal (MPF) e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A capacidade de Janot de surpreender, porém, não se esgota por aí. Declarou aos jornalistas que os irmãos Batista e seus comparsas continuarão a usufruir da liberdade irrestrita que lhes concedeu no acordo, até que se esgote a apuração. Logo ele, Janot, que quer prender todo mundo e, volta e meia, ou pede a prisão de Aécio Neves ou a de toda a cúpula do PMDB, mesmo sem nenhuma prova a sustentar seus pleitos.
SERGIO RIDEL
sergiosridel@yahoo.com.br São Paulo A manifestação de Rodrigo Janot nada mais é que um mea culpa, pois é graças a ele que os irmãos bandidos estão livres e gozando das benesses concedidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A gravidade do que ele expôs é claríssima quanto à omissão de fatos na delação dos executivos, o que pode invalidar o acordo. Agora, restam a anulação da delação e a prisão dos irmãos Batista.
ROBERTO LUIZ PINTO E SILVA robertolpsilva@hotmail.com
São Paulo