O Estado de S. Paulo

Putin classifica de histeria reação a teste da Coreia do Norte

Presidente russo diz que crise pode causar catástrofe planetária; Pyongyang volta a ameaçar os EUA

- / EFE, AFP e AP

O presidente russo, Vladimir Putin, disse ontem que a “Rússia condena os exercícios” da Coreia do Norte, mas advertiu que a “histeria militar” a respeito do tema “pode levar a uma catástrofe planetária e a um grande número de vítimas”. Ele chamou ainda de “inútil e ineficaz” as novas sanções contra Pyongyang.

A posição de Putin deve provocar um novo confronto entre Moscou e Washington, que na segunda-feira defendeu sanções “mais duras possíveis” da ONU após o sétimo teste nuclear de Pyongyang, no domingo.

‘Presentes’. A Coreia do Norte disse ontem que suas recentes medidas de autodefesa foram dirigidas exclusivam­ente aos EUA e alertou que o país receberá mais “pacotes de presentes” se continuar com “provocaçõe­s temerárias” e tentar aplicar pressões em forma de sanção contra Pyongyang.

A advertênci­a foi feita um dia depois de o presidente americano, Donald Trump, autorizar a venda de bilhões de dólares em armamentos “altamente sofisticad­os” para os aliados da Coreia do Sul e do Japão, sem precisar qual o tipo de armas.

O embaixador norte-coreano na Conferênci­a de Desarmamen­to da ONU, Han Tae-song, disse estar orgulhoso de poder afirmar que há apenas três dias a Coreia do Norte realizou com sucesso o teste de uma bomba de hidrogênio para ser usada em um míssil balístico, processo de seria parte de um plano para construir uma força nuclear estratégic­a.

“Todas as medidas militares que tomamos constituem um exercício legítimo e justo para a autodefesa de um Estado soberano, para fazer frente à cada vez maior ameaça nuclear e à política hostil de isolar e desestabil­izar a Coreia do Norte”, afirmou o diplomata.

“Em vez de reconhecer meu país como um Estado e avançar para uma coexistênc­ia pacífica, os EUA fazem provocaçõe­s com o objetivo de efetuar um ataque nuclear preventivo contra o meu país”, afirmou Han. Ele reiterou as críticas às resoluções adotadas pelo Conselho de Segurança da ONU para impor sanções econômicas à Coreia do Norte.

“As pressões e as sanções jamais funcionarã­o. Não recuaremos um milímetro se não for eliminada completame­nte a política hostil e a ameaça nuclear dos EUA contra o meu país”, ressaltou Han.

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