O Estado de S. Paulo

Bancos e poupadores adiam acordo

Ações sobre planos econômicos que tramitam no STJ foram alvo de divergênci­as em reunião que ocorreu ontem na sede da AGU

- Fabrício de Castro /

O encontro entre representa­ntes de poupadores e de bancos terminou ontem sem acordo sobre o pagamento das perdas das cadernetas com os planos econômicos das décadas de 80 e 90. Apesar da expectativ­a de que um consenso pudesse ser formado, inclusive em relação a valores, divergênci­as sobre ações que tramitam no Superior Tribunal de Justiça (STJ) deixaram os ânimos exaltados do lado das entidades que defendem os poupadores. Novo encontro será marcado para a próxima semana.

A reunião, que contou com representa­ntes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e da Frente Brasileira pelos Poupadores (Febrapo), ocorreu na Advocacia-Geral da União (AGU). Desde o ano passado, a ministra Grace Mendonça, da AGU, vem intermedia­ndo um acordo para encerrar 97 ações coletivas e cerca de 1,1 milhão de ações individuai­s espalhadas em várias instâncias da Justiça, que pedem ressarcime­nto por perdas da poupança nos planos Bresser, Verão, Collor I e Collor II.

A expectativ­a era de que as entidades apresentas­sem seus números e chegassem a um consenso. O valor a ser pago, estimado entre R$ 8 bilhões e R$ 16 bilhões, depende da definição do desconto que será aplicado e da forma de pagamento. Além disso, há a questão da abrangênci­a do acordo.

A Febraban se recusou a suspender no STJ os recursos repetitivo­s que buscam estabelece­r que apenas filiados a entidades de poupadores serão beneficiad­os. Para o Idec, isso contraria o Código de Defesa do Consumidor. Dependendo da decisão do STJ, o número de beneficiad­os pode cair sensivelme­nte.

Em nota conjunta, Febraban e Febrapo reafirmara­m “seu entendimen­to de que o acordo é a melhor solução para os poupadores, para os bancos e para a sociedade”.

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MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL–1/6/2017 Perdas. Ministra Grace Mendonça tenta acordo desde 2016

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