Síndrome de grandeza
Por R$ 79.990, Kia Cerato reestilizado traz motor da linha HB20 e almeja brigar com médios
Apresentado durante o Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro do ano passado, o Cerato reestilizado deixou de vir da Coreia do Sul para ser importado do México, por R$ 79.990.
O preço, salgado para um sedã compacto premium – que a Kia, sua fabricante, trata como um médio – traz com ele alguns bons itens de série, mas deixa de fora outros “equipamentos de primeira necessidade” nessa faixa de preço de fora. Há ar-condicionado com duas zonas de temperatura, volante multifuncional com ajuste de altura e profundidade, sensores de obstáculo na frente e atrás, desembaçador automático no para-brisa e controlador
de velocidade.
No entanto, o carro não traz central multimídia, controle de estabilidade (ESP) e travamento automático das portas – recurso que, segundo informações da Kia, só está disponível nas versões que trazem quatro air bags;
a destinada ao Brasil só é oferecida com dois.
O motor é o 1.6 flexível de até 128 cv, o mesmo da linha Hyundai HB20. Esse propulsor é associado ao câmbio automático de seis marchas, com funções Eco, para economia de combustível, e Sport, para aprimorar o desempenho. O conjunto trabalha bem, mas é fraco para um carro do porte do Cerato. Com o veículo sem passageiros e bagagens, ele consegue cumprir seu papel. Caso contrário, o carro fica devendo em agilidade.
O visual impressiona. Há faróis e lanternas enormes de LEDs, invadindo as laterais. Por dentro, o acabamento é bom. O carro traz bancos de couro, painel emborrachado e iluminação ideal no painel. Não há rebarbas aparentes.
Falta ao Cerato, para ser um carro mais justo, beber na mesma fonte do meio-irmão Hyundai Elantra e adotar um motor 2.0 – ou aceitar a vocação de compacto premium.