Cosméticos e produtos de higiene pessoal só pagam menos impostos que cigarro
Seminário promovido por ABIHPEC e Estadão debateu sobre desafios tributários enfrentados pelo segmento, além de temas como normatização, essencialidade e inovação
Na década passada, o setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos alcançou o sexto lugar entre os produtos mais tributados. Em 2014, chegou à segunda posição. “Só perdemos para o cigarro”, afirma João Carlos Basilio, presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC). O dado sintetiza um dos principais entraves que a área tem enfrentado: o excesso de carga tributária. Basilio foi uma dos palestrantes do “Seminário Indústria de Cuidados Pessoais: Tendências e Desafios”, promovido pela ABIHPEC em parceria com o Estadão, ocorrido no último dia 28, no Rooftop 5 & Centro de Convenções, em São Paulo.
O evento contou com a presença de representantes do segmento, especialistas e autoridades governamentais, e foi estruturado em dois painéis. O primeiro, “O Mercado e a Tributação do Setor”, teve a abertura da economista Claudia Viegas, da LCA. Participaram do debate: o deputado federal e relator da Comissão Especial da Reforma Tributária, Luiz Carlos Hauly; o auditor fiscal da Receita Federal Roni Peterson; o empresário Artur Grynbaum, presidente do Conselho Deliberativo da ABIHPEC; o advogado especializado em direito tributário Júlio Oliveira; a advogada Lucilene Prado, conselheira de pesquisas do Núcleo de Estudos Fiscais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e a própria Claudia Viegas.
Nina Giglio, executiva de marketing da WGSN, e Nelsom Marangoni, diretor-presidente da MC15, abriram o segundo painel, “Inovações no Setor e o Desafio da Regulação”, falando sobre tendências e mercado consumidor. A mesa de debate foi composta por João Tavares Neto, gerente de Cosméticos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e diretor presidente da Anvisa de 1999 a 2003; Ariadne Morais, representante da indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos; Cleber Barros, especialista em cosmetologia; além de Nina e Marangoni.
Ao fazer o encerramento, Sérgio Pompilio, vice-presidente do Conselho Deliberativo da ABIHPEC, enfatizou que a presença de representantes da Anvisa e do Ministério da Fazenda no evento demostrava que o setor tinha “diálogo e conexão”. Pompilio destacou ainda a contribuição da indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos para o País, seja na economia, seja no cuidado com a saúde e a autoestima da população. “Ficou evidente que cuidar do Brasil é essencial e que nosso setor tem papel fundamental nesse processo.”
“Somos hoje, provavelmente, a nona economia do mundo. Se estamos em quarto lugar em higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, é porque a sociedade brasileira interpreta que nosso setor é essencial”
joão Carlos Basilio Presidente executivo da aBiHPec