O Estado de S. Paulo

Depoimento é ‘bomba’, diz cientista político

- Cristina Canas

O cientista político e sócio da Tendências Consultori­a, Rafael Cortez, considerou o depoimento do ex-ministro Antônio Palocci ao juiz Sérgio Moro “uma bomba”. Ainda assim, avaliou que nada mudará na estratégia do PT de manter em curso a candidatur­a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidênci­a da República em 2018. “Acho que o principal entrave para a candidatur­a Lula continua sendo no plano jurídico, a despeito do desgaste decorrente das frases do depoimento do Palocci”, disse.

Na percepção de Cortez, Lula deve insistir na disputa porque é parte da estratégia do partido e da defesa do próprio ex-presidente um “suposto impediment­o do político da sua candidatur­a”. Ele avalia que esse discurso tem começo, meio e fim, iniciando-se com o impediment­o da presidente cassada Dilma Rousseff, que seria uma resposta às políticas sociais, “a um governo baseado no social, que seria a marca do petismo”.

Protagonis­mo. Cortez ressalta ainda que uma candidatur­a do PT é importante para que o partido não perca protagonis­mo no campo da esquerda, mesmo se tiver uma derrota em 2018. “É o mínimo do que o PT tem que fazer em 2018, continuar sendo o ponto focal do sistema político da esquerda. Mesmo que haja esse desgaste, politicame­nte faz sentido o Lula lutar por uma candidatur­a”, afirmou.

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