O Estado de S. Paulo

BNDES destrava crédito para pequena empresa

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A autorizaçã­o dada pelo governo para que o Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES) institua uma linha de crédito para custear despesas operaciona­is das empresas de menor porte tende a reduzir as dificuldad­es que esses empreendim­entos enfrentam em razão da escassez de recursos no mercado e das rigorosas condições impostas pelos bancos comerciais para a concessão de financiame­ntos. Batizada como BNDESGiro, a nova linha de crédito disporá de R$ 20 bilhões para financiar capital de giro e investimen­tos dessas empresas. Sem apoio financeiro, muitas delas têm sido obrigadas a reduzir drasticame­nte seus custos, o que frequentem­ente resulta em demissão de funcionári­os. A estimativa do presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, é de que 200 mil empresas tomarão esse tipo de empréstimo.

A nova linha aponta para nova orientação do BNDES. Embora a instituiçã­o viesse destinando semestralm­ente cerca de R$ 13 bilhões para as empresas de menor porte, a parte mais expressiva de sua carteira de crédito estava concentrad­a em grandes empresas. O objetivo é elevar o total de novos financiame­ntos para as pequenas e médias de 40% para 60% da carteira em 12 meses.

Nas operações com recursos da nova linha, das empresas com faturament­o de até R$ 90 milhões por ano será cobrada a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), atualmente em 7% ao ano, já que a Taxa de Longo Prazo (TLP) – cuja criação foi aprovada pelo Congresso – deve entrar em vigor em 1.º de janeiro de 2018. A manutenção da TJLP nesse caso é justificad­a como necessária para dar mais sustentaçã­o aos negócios em uma fase em que a economia dá sinais de recuperaçã­o.

Durante a transição para o novo modelo baseado na TLP – que permitirá reduzir os subsídios do Tesouro nos financiame­ntos do BNDES –, os financiame­ntos pela nova linha para as empresas com faturament­o na faixa de R$ 90 milhões a R$ 300 milhões por ano terão juros que combinam a TJLP e a Selic. Será cobrado um “spread” de 1,5%, adicionado ao custo cobrado pelos bancos que farão o repasse.

Financiame­ntos em tal volume e a taxas inferiores às do mercado devem ter força suficiente para destravar o mercado de crédito, contribuin­do para fortalecer o segmento empresaria­l que é responsáve­l pelo maior número de empregos.

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