Atenção às datas
Michel Temer está dando uma de super-homem. Recebendo denúncia atrás de denúncia, ele aparentemente se mantém firme no propósito de tentar pôr o Brasil nos trilhos, descarrilado que foi nos últimos governos petistas. Parece que todos têm a maior pressa em tentar sufocar o presidente: Rodrigo Janot, a Polícia Federal, alguém do Supremo ou parte da grande imprensa escrita e televisiva. Os processos envolvendo peemedebistas aliados de Temer andam rapidamente, ao contrário dos que envolvem figurões do PT, como Lula. E, muito embora a maioria dos “malfeitos” atribuídos a figurões do PMDB na Câmara dos Deputados se refira ao período em que Temer era vice de Dilma Rousseff e/ou presidente do partido (2014 ou antes), com poucas exceções, todos se “esquecem” de relacionar as prováveis datas dos “malfeitos” à Presidência de Lula ou de Dilma. Por exemplo, no caso de Geddel Vieira Lima, com seus R$ 51 milhões, não se cansam de apontá-lo como “amigo e ex-ministro de Temer”. Mas Geddel foi por três anos ministro da Integração Nacional no governo Lula, órgão de Brasília de onde o “dinheirão” saía, mas não chegava ao Nordeste, por exemplo; e foi por mais de dois anos e meio figurão na Caixa Econômica Federal no governo Dilma, banco onde corria tanto dinheiro que, depois de um encontro entre Lula e Silvo Santos em São Paulo, em 2010, aplicou R$ 400 milhões no Banco Pan Americano, já em situação falimentar. Deu no que deu. Quanto ao caso de Henrique Eduardo Alves, este também aparece relacionado a Michel Temer. Mas Alves está preso acusado de receber propinas na construção da Arena das Dunas, no Rio Grande do Norte, mais um elefante branco da Copa de 2014, herança de Lula. Portanto, que as investigações e processos prossigam, mas com responsabilidade e com a mesma velocidade para todos. Estão muito claros ao menos dois motivos para a rapidez nos casos que envolvem Temer: o corporativismo e o medo das reformas por ele propostas.
ÉLLIS A. OLIVEIRA elliscnh@hotmail.com
Cunha