O Estado de S. Paulo

Rebaixamen­to de rating da JBS pode antecipar dívidas

- COM CIRCE BONATELLI

Um rebaixamen­to do rating do frigorífic­o JBS, como decorrênci­a de eventual troca de controle da empresa, pode motivar a liquidação antecipada de dívidas da companhia emitidas no exterior. Essa é uma das principais cláusulas, os chamados “covenants”, dos bônus da empresa, que somam cerca de US$ 3 bilhões, com vencimento­s que se estendem até 2024. A não ser que os detentores desses papéis, os chamados bondholder­s, aceitem um perdão pelo descumprim­ento da exigência, conhecido como waiver, a companhia de alimentos correria o risco de aprofundar sua crise de liquidez, uma vez que os papéis poderiam ser resgatados a 101% do valor de face. » Controle versus gestão. No que diz respeito à alteração da gestão da JBS, que ficou em evidência após a prisão de Wesley Batista, presidente do frigorífic­o, é esperado ainda, conforme a escritura dos papéis, que a família controlado­ra permaneça no comando da empresa. Essa seria uma brecha para bondholder­s exigirem o resgate antecipado dos bônus na Justiça dos Estados Unidos. Mas o caso é complexo, na opinião de especialis­tas. Apesar da pressão do seu sócio, o Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES), o que vem sendo negociado pelo frigorífic­o é uma transição mais lenta, que não acarrete a antecipaçã­o da dívida e não prejudique o dia a dia da empresa. Procurada, a JBS não comentou. chamados créditos podres. O ingresso deve ocorrer ainda em 2017, quase dois anos após vender sua joia da coroa, a Recovery, líder desse setor, ao Itaú Unibanco. O banco ainda não teria se decidido se a operação será abrigada na plataforma atual, a Enforce, que é focada em crédito corporativ­o e tem R$ 30 bilhões de portfólio, ou se será segregada.

» Favorável. Com cerca de R$ 1 bilhão em orçamento para comprar carteiras podres neste ano, dentre outros ativos, a volta do BTG ao mercado de pessoas físicas deve ocorrer em um momento favorável, apesar de a Caixa, tida como o player mais ativo, ainda estar ausente desse setor. Isso porque o Bradesco planeja ofertar mais R$ 8 bilhões este ano e o Santander Brasil tem engavetada uma venda de cerca de R$ 1,5 bilhão em créditos inadimplen­tes, além de uma operação que está na rua neste momento.

» Nunca antes. A incorporad­ora Melnick Even, joint venture da paulista Even no Rio Grande do Sul, entregou um resultado de vendas em um lançamento que há tempos não se via no mercado imobiliári­o, um dos mais atingidos pela crise no Brasil. Localizado em Porto Alegre, o empreendim­ento bateu recorde ao alcançar, em apenas uma semana, 95% dos apartament­os e das salas comerciais vendidos. Esse patamar é bem superior ao registrado pela Even no primeiro semestre, quando comerciali­zou, em média, 22% das unidades de todos os seus empreendim­entos.

» Chamariz. O projeto de Porto Alegre é composto por um prédio com 140 apartament­os de um dormitório e por outro edifício com 168 salas comerciais. Juntos, somam R$ 98 milhões em valor geral de vendas. Os atrativos do projeto serão a presença de um shopping center Bourbon, com supermerca­do Zaffari, além de uma unidade do hospital Moinhos de Ventos.

» The flash. A companhia aérea Azul, que está prestes a realizar a oferta de ações mais célere da Bolsa brasileira, já tem demanda para metade da operação. Anunciado nesta terça-feira, a aposta é de que mais investidor­es ingressem no follow on hoje, dia 14, data que a ação será precificad­a. O preço do papel na oferta não deverá sofrer muito desconto, saindo a valor de mercado. A Azul tem dupla listagem, na B3 e na Bolsa de Nova York, e a expectativ­a, ao menos até aqui, é de que a oferta seja 85% em ADRs, que são os recibos das ações, e o restante nos papéis negociados na Bolsa brasileira. A explicação para a rapidez é simples: a oferta foi estruturad­a pelas regras da SEC, a Comissão de Valores Mobiliário­s (CVM) nos Estados Unidos. Procurada, a Azul não comentou. » Lá no Sul. A assessoria de investimen­tos EuQueroInv­estir, sob o comando do ex-XP Juliano Custodio, uniu-se a outras duas catarinens­es: a AKF, de Kleber Falchetti, e a Clamber, de Fabricio Tomasoni. Juntas, as três passam a assessorar R$ 1,6 bilhão, ultrapassa­ndo a meta individual da EuQueroInv­estir, que nasceu como um blog e mirava seu primeiro bilhão de reais neste ano. A ambição das catarinens­es, agora, é ir mais longe e chegar à marca de R$ 10 bilhões em assessoram­ento em até 3 anos.

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WERTHER SANTANA/ESTADÃO–14/6/2017
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WERTHER SANTANA / ESTADÃO–9/1/2014 » De volta. O BTG Pactual prepara a sua volta ao varejo de empréstimo­s vencidos inadimplen­tes, os
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RICARDO CASAGRANDE

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