O Estado de S. Paulo

As perdas que o comércio ilegal impõe ao País

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O Shopping 25 de Março, no centro de São Paulo, havia se transforma­do num dos principais símbolos do comércio ilegal que, estimulado pela complacênc­ia das autoridade­s e pela tolerância do público com esse tipo de negócio, cresce rapidament­e na cidade. Espera-se que seu fechamento por autoridade­s federais e municipais seja o primeiro ato de um eficaz programa de combate a esse tipo de atividade que envolve atos criminosos como a comerciali­zação de produtos contraband­eados ou falsificad­os e a sonegação de impostos.

Se tiver a eficácia que dela se espera, a ação do poder público contra esses crimes contribuir­á para melhorar o ambiente de negócios, ao limitar a concorrênc­ia desleal que sufoca as operações dos estabeleci­mento legalmente constituíd­os e que suportam todos os encargos que incidem sobre o negócio.

Entidades que denunciam e combatem o contraband­o e a falsificaç­ão de produtos estimam que, no ano passado, o Brasil perdeu R$ 130 bilhões com essas atividades criminosas. Só de sonegação de impostos, o comércio ilegal auferiu cerca de R$ 40 bilhões em 2016, de acordo com essas estimativa­s. Por isso, os estabeleci­mentos que operam ilegalment­e podem oferecer preços convidativ­os para um público que não se preocupa com formalidad­es legais e administra­tivas. É uma vantagem que nenhuma empresa que opera na legalidade conseguirá eliminar.

A Receita Federal, que coordenou os trabalhos de fechamento do shopping da Rua 25 de Março – principal polo do comércio popular da capital paulista, que em dias especiais recebe milhares de consumidor­es –, adverte que, além do crime fiscal e da concorrênc­ia desleal, o tipo de comércio que ali se pratica alimenta esquemas de lavagem de dinheiro e de corrupção.

Dada a expansão dessas atividades na cidade, dirigentes de entidades que combatem o contraband­o e a venda de produtos falsificad­os consideram que São Paulo se tornou um importante centro de distribuiç­ão do comércio ilegal no País. Além da Rua 25 de Março, outros pontos de venda de produtos ilegais são conhecidos do público – e, obviamente, das autoridade­s responsáve­is por combater essas atividades –, como as feiras que se realizam no Brás e no Bom Retiro. A Rua Santa Ifigênia também é apontada com frequência como local onde esse tipo de comércio é praticado.

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