O Estado de S. Paulo

COLUNA DO ESTADÃO

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A delação do ex-ministro Antonio Palocci demorou, mas está para ser concluída e deve incriminar ainda mais Lula. Palocci também deverá pedir sua desfiliaçã­o do PT.

Definida por quem participa das negociaçõe­s como um “pouso de jumbo” e não de um “teco-teco”, a delação de Antonio Palocci demorou, mas está próxima de ser concluída. O processo levou tempo porque, como o ex-ministro está preso, o acesso dele às provas é difícil, ao contrário do que ocorreu com Joesley Batista, que quando solto pôde gravar seus algozes. A delação, que irá incriminar ainda mais Lula, vai marcar outro movimento de Palocci: interlocut­ores dizem que ele deve se desfiliar do PT, ao qual é filiado desde 1981.

» Questão de ética. Antonio Palocci se antecipará a uma provável expulsão do PT. A presidente da sigla, Gleisi Hoffman, diz que ele, ao “mentir sobre Lula”, quebrou o que ela chama de decoro do partido.

» Tchau, querido. A expulsão não estava em pauta quando o ex-ministro foi preso e condenado por corrupção, mas se mantinha calado. Agora, Palocci diz que Lula recebeu propina.

» Olé. A prisão de Wesley Batista ontem, por fatos sem relação com a delação premiada dele, pegou a equipe de Rodrigo Janot de surpresa. Investigad­ores dizem que há fatos que podem provocar mais sustos.

» Sob pressão. Desde que foi preso, Geddel Vieira Lima ainda não foi ouvido pela Polícia Federal sobre os R$ 51 milhões apreendido­s com as digitais dele. A demora é proposital.

» Cunha avisou. Auxiliares de Michel Temer lembram que a delação do corretor Lúcio Funaro inclui várias declaraçõe­s dadas pelo exdeputado Eduardo Cunha em entrevista exclusiva ao Estado, há um ano.

» Registrado. Na ocasião, Cunha acusou o ministro Moreira Franco, citado por Funaro, de estar por trás de irregulari­dades na operação para financiar obras do Porto Maravilha, no Rio.

» Furada. Integrante da defesa de Temer, o advogado Gustavo Guedes diz que a delação de Funaro, que deve ser centro da segunda denúncia, não tem “compromiss­o com a verdade”.

» Pontual. Para Guedes, porém, o instrument­o da delação não corre risco. “O problema é a banalizaçã­o.”

» Arrumando a casa. O Planalto já monitora sua base de apoio para evitar surpresas em relação à segunda denúncia do PGR, Rodrigo Janot, contra Michel Temer. A ideia é atrair votos entre aliados que tiveram maior grau de infidelida­de, como o PSDB.

» Nem vem. O problema é que os cabeças-pretas tucanos estão dispostos a continuar votando contra Temer. Em conversas pelos corredores do Congresso, falam em “dobrar a meta”.

» Foi assim. O PSDB deu 22 votos a favor e 21 contra. » Nova função. O ministro Antonio Imbassahy está sendo chamado pelos governista­s de “o homem do lenço”. É ele quem resolve o chororô da base aliada.

» Apoio. A ida do senador Roberto Rocha do PSB para o PSDB garante palanque no Maranhão para o candidato presidenci­al tucano. Ele vai disputar o governo.

» Provocação. A saída do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) da CPMI do BNDES em protesto contra a escolha de Carlos Marun (PMDB-MS) como relator opôs PMDB e PSDB.

COM ANA POMPEU. COLABOROU VERA ROSA

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BEATRIZ BULLA/ESTADÃO » CLICK. Antes da tensa sessão de ontem do Supremo Tribunal Federal, o ministro Edson Fachin se mostrava tranquilo e chegou a posar para fotos com estudantes.

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