Uma ‘mãozinha’ do governo
1998
A história da Oi começa em 1998, a partir da Tele Norte Leste, posteriormente rebatizada Telemar. O consórcio que ganhou a área no leilão de privatização da Telebrás – com 16 Estados, entre eles Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia – era liderado por Andrade Gutierrez e La Fonte, que não teria dinheiro para sequer pagar o lance mínimo (o ágio foi o menor entre as áreas, de 1%). Logo depois, foi revelado grampo ilegal que detectou uma conversa em que o BNDES articulava para beneficiar o consórcio liderado pelo banco Opportunity, de Daniel Dantas, que foi derrotado. O escândalo derrubou, na época, o ministro das Telecomunicações e o presidente do BNDES.
2002
Após ser rebatizada Telemar, a companhia continuou a atuar no setor de telefonia fixa. A marca Oi foi criada para o serviço celular, com o objetivo de combater todas as empresas já estabelecidas neste mercado.
2008
Com forte apoio do governo Lula, a chamada “supertele” nacional nasceu a partir da fusão da Telemar com a Brasil Telecom. No fim de 2008, quando a operação foi aprovada pela Anatel, a nova empresa tinha receita bruta anual de R$ 41 bilhões, com 22 milhões de telefones fixos e quase 30 milhões de celulares, atuando em todos os Estados brasileiros, à exceção de São Paulo. A Brasil Telecom, nova “metade” da Oi, também sur- giu a partir da privatização da Telebrás, em 1998. A empresa tinha atuação complementar e atuava em nove Estados.
2013/2014
Em outubro de 2013, a Oi e a Portugal Telecom (PT) anunciaram a fusão de suas operações. Para concretizar o negócio, a Oi teve de fazer capitalização de R$ 14 bilhões, com financiamentos de bancos púlbicos, como BNDES e BB. A portuguesa entrou no negócio sem gastar dinheiro, mas com R$ 5,71 bilhões em ativos. No entanto, problemas financeiros da PT prejudicaram o negócio. A empresa comprou ¤ 897 milhões em títulos podres da holding Rioforte, pertencente ao Banco Espírito Santo (BES), que era dono de 10% da companhia. A fusão demorou para sair e teve de ser renegociada: a fatia da PT na nova Oi, chamada de CorpCo., foi diluída de 37,3% para 25,6%.
2016
Após uma série de resultados ruins, a Oi fez uma nova mudança em sua estrutura, que diluiu a participação dos sócios brasileiros. Diante de resultados ruins e com dificuldade para ganhar mercado, a companhia acabou pedido recuperação judicial em junho do ano passado, com dívida de R$ 65 bilhões. Cogitouse uma fusão com a TIM, que não foi adiante.
2017
Após 16 meses de recuperação judicial, a Oi apresentou ontem a terceira versão de seu plano de recuperação judicial. O sucesso do plano depende mais uma vez, do governo. A empresa prevê a transformação de sua dívida com a Anatel – de mais de R$ 20 bilhões – em investimentos futuros. Além disso, precisa renegociar débitos com bancos como BB, Caixa e BNDES. Embora exista resistência dentro em Brasília, uma das hipóteses é de uma intervenção na companhia, que seria assumida pela Anatel.