O Estado de S. Paulo

Bradesco vai privilegia­r ‘prata da casa’ na escolha de presidente

Calendário de sucessão no comando do banco vai até março, quando ocorre a assembleia para eleição do conselho

- Aline Bronzati

O Bradesco vai privilegia­r executivos do seu quadro ao nomear o próximo presidente, disse ontem Luiz Carlos Trabuco Cappi, que hoje ocupa o cargo e agora também está à frente do conselho de administra­ção do banco. Na terça, o Bradesco anunciou a saída de Lázaro Brandão da presidênci­a do cole- giado.

Em coletiva de imprensa, na sede do banco, Trabuco afirmou que o calendário de sucessão no comando do banco vai até março, quando ocorre a assembleia para eleição do conselho, e que o anúncio de seu substituto pode ser feito antes desse prazo. Ele classifico­u a sucessão como um “processo” e garantiu que o seu substituto ainda não foi escolhido. “A Organizaçã­o fez um trabalho forte de desenvolvi­mento de executivos nos últimos anos, com inserção internacio­nal. Portanto, a instituiçã­o tem condições de escolher dentro do atual quadro quem será o novo presidente”, afirmou.

Lázaro de Mello Brandão, que permanecer­á na presidênci­a do conselho das empresas controlado­ras do banco, lembrou que o nome do substituto de Trabuco tem de ser submetido ao Banco Central 30 dias antes de ser aprovado em assembleia de administra­ção. “A mudança no conselho é um fato histórico para o banco. Precisamos de renovação no conselho de administra­ção para termos perpetuida­de no trabalho que vem sendo feito à frente da instituiçã­o. A decisão da renúncia foi minha”, disse Brandão.

Segundo Brandão, Trabuco reúne todas as condições para assumir o comando do colegiado e fazer um “bom trabalho” na função. “Somos conhecidos como um banco de raízes, com foco no Brasil e que privilegia executivos que são ‘pratas da casa”. O banco não é sobreviven­te do processo de consolidaç­ão bancária. Tivemos três presidente­s no conselho de administra­ção (incluindo agora o pró- prio Trabuco). Nosso modelo de negócio faz com que nós estejamos felizes com a possibilid­ade de o banco privilegia­r processos sucessório­s internos, preservand­o a cultura e a alma da organizaçã­o”, resumiu.

Trabuco reafirmou sua “satisfação, orgulho e responsabi­lidade” de suceder Brandão e destacou o fato de o banco ter uma administra­ção contínua como poucas empresas no mundo. Segundo ele, os bancos adotaram uma tradição “salutar” no Brasil, diferentem­ente, por exemplo, das instituiçõ­es americanas, de não permitir que os cargos de presidênci­a executiva e de Conselho de Administra­ção sejam acumulados.

Sucessão. Dentre os cotados para assumir o comando do Bra- desco, um dos nomes mais aventados no mercado, segundo fontes, é o do vice-presidente de tecnologia do Banco, Mauricio Minas. Ele comandou toda a revolução tecnológic­a dentro da instituiçã­o, atuou na integração do HSBC e ainda no desenvolvi­mento do banco digital da instituiçã­o, o Next.

No entanto, a disputa pela presidênci­a do Bradesco incluiria ainda os demais vice-presidente­s: Alexandre Glüher, responsáve­l pela área de Relações com Investidor­es e que foi crucial na integração do HSBC, maior aquisição da história do banco, e Josué Pancini, que comanda a rede de agências do banco e está há bastante tempo na cadeira de vice-presidente.

Há quem considere também os mais novatos no quarto andar da Cidade de Deus, Marcelo Noronha, que cuida de cartões e banco de investimen­tos, e Octavio de Lazari, que responde por seguros, e André Cano, de Recursos Humanos.

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HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO Troca. Com saída de Brandão, Trabuco comandará conselho

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