FAMÍLIA SE LIVRA DO CATIVEIRO TALEBAN
Sequestrado pelo Haqqani, casal teve 3 filhos
Uma mulher americana e seu marido canadense mantidos reféns de militantes no Afeganistão havia cinco anos foram libertados com seus filhos. Durante o período em que diplomatas e agentes do FBI (polícia federal americana) tentaram sua libertação, o casal teve três filhos em cativeiro.
As Forças Armadas do Paquistão i nformaram que “por meio de uma operação de inteligência”, cercaram na quarta-feira o local onde a rede Haqqani – uma facção taleban que atua na frontei- ra do Paquistão com o Afeganistão – vinha mantendo os reféns Caitlan Coleman, de 31 anos, e seu marido, Joshua Boyle, de 34, desde 2012. O Exército paquistanês prometeu repatriálos. As agências de inteligência americanas estavam seguindo os passos dos reféns e sabiam que eles havia cruzado as acidentadas áreas tribais paquistanesas.
O presidente Donald Trump afirmou que sua administração e o governo paquistanês trabalharam juntos para libertá-los, mas uma fonte americana assegurou ao jornal The New York Times que o serviço de inteli- gência do Paquistão foi o responsável por planejar a libertação da família após ser pressionado por Washington. O jornal afirmou que não estava claro se alguma ou qual concessão foi feita à rede Haqqani para garantir a libertação da família.
O casal foi sequestrado em outubro de 2012 enquanto viajava como mochileiro pela Província de Wardak, um bastião militante perto de Cabul. Na época do sequestro, Caitlan, que é da Pensilvânia, estava grávida e deu à luz no cativeiro. Nos anos seguintes, ela teve mais duas crianças, aumentando a pressão para que a situação fosse resolvida.
O casal não embarcou imediatamente num avião rumo aos EUA por causa do temor de Boyle de eventualmente enfrentar investigação americana por ligações com um antigo preso de Guantánamo, disse um funcionário do governo americano. Em 2009, Boyle foi casado por pouco tempo com Zaynab Khadr, irmã do canadense Omar Khadr, que passou uma década em Guantánamo – prisão militar americana na ilha de Cuba.
Falando sob condição de anonimato, o militar americano disse à agência France-Presse que a família estava hesitante sobre pegar o jato do Exército americano.
No entanto, o militar disse que Boyle não será sujeito a nenhuma consequência se embarcasse na aeronave dos EUA. Segundo o Times, ele seguiria para o Canadá enquanto a mulher e os filhos iriam para os EUA.
“Não é nossa intenção fazer qualquer coisa assim. Estamos preparados para trazê-los para casa”, afirmou o funcionário do Exército.
A libertação inesperada dos reféns rompe um período de tensão nas relações entre EUA e Paquistão, após um discurso no qual Trump foi muito crítico com o país em agosto passado. “Esse é um momento positivo para as relações do nosso país com o Paquistão”, afirmou Trump em um comunicado. “A cooperação do governo americano é um sinal de que (o Paquistão) está honrando o desejo dos EUA de que faça mais para fornecer segurança na região. Esperamos que esse tipo de cooperação e trabalho conjunto ajude a assegurar a libertação de reféns ainda mantidos e, no futuro, nos auxilie nas operações de contraterrorismo.”