O Estado de S. Paulo

Governo quer comparar Temer ao técnico Tite

- ANDREZA MATAIS TWITTER: @COLUNADOES­TADAO COLUNADOES­TADAO@ESTADAO.COM POLITICA.ESTADAO.COM.BR/BLOGS/COLUNA-DO-ESTADAO/ COM NAIRA TRINDADE E LEONEL ROCHA

Superada a votação da denúncia contra o presidente Temer na CCJ da Câmara, a comunicaçã­o do governo vai iniciar em 10 dias uma nova campanha mais agressiva nas redes sociais, que vai atacar a gestão Dilma Rousseff para fazer um contrapont­o com a atual. A campanha é inspirada na derrota do Brasil por 7 a 1 para a Alemanha e na reviravolt­a do time com a mudança do técnico. A ideia é sugerir que Dilma é o Felipão; Temer o Tite. Para reforçar, as peças vão mostrar um ranking de 7 mil obras paradas que Temer herdou do governo petista.

» Meu querido! A campanha vai explorar, por exemplo, as diferentes maneiras que Temer e Dilma atenderiam a ligação de um jornalista, aproveitan­do o episódio de um repórter que telefonou para o presidente no intuito de confirmar se o número era dele. O áudio foi divulgado pelo O Globo.

» Era pra ser. O líder do PSDB na Câmara, Ricardo Trípoli (SP), da ala que defende a abertura de processo contra Temer, convocou reunião da bancada para ouvir dois advogados do partido na expectativ­a de oferecer argumentos a favor da denúncia.

» Saiu do script. Qual não foi a surpresa e a saia-justa quando os advogados expuseram que a denúncia é inepta, inconsiste­nte, sem provas, baseada em ilações e narrativas construída­s sem a substância probatória necessária em processos dessa natureza.

» De fininho. Sem graça, Trípoli não ficou até o final da reunião. A ala pró-Temer não perdoou e tratou de espalhar que o líder fez um gol contra ao não combinar com os russos.

» Tucanos. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, convenceu o PSDB a liberar os votos na 2.ª denúncia contra Temer. Na 1.ª o partido recomendou voto pela abertura do processo.

» Assim não saio. Aécio Neves disse a interlocut­ores que já tinha planos de deixar a presidênci­a do PSDB, mas recuou quando veio a público o movimento para tirá-lo. Não vai sair enquanto ficar a impressão de que foi obrigado. Seus aliados apostam que ele fica. O raciocínio é lógico: se não saiu quando estava sem mandato, imagine agora.

» Magoado. O presidente Temer está magoado com seus líderes na Câmara e se queixou de que nenhum deles discursou defendendo o decreto que alterou os critérios para a identifica­ção de trabalho escravo.

» Injusto. Temer se queixa de que o decreto foi editado a pedido de várias bancadas, mas ninguém foi ao plenário defender após a crise.

» Só festa. À Coluna, Andrade disse que organizou o jantar para “prestigiar” o conselheir­o, que conclui o mandato este mês. Ele não vê conflito na relação.

» Pensando bem... Mesmo assim, minutos depois de ter sido procurado, mudou de opinião e cancelou o jantar “para evitar a nota e interpreta­ções”.

» Tá podendo. O ministro Torquato Jardim tem participad­o de agendas internas da PF. O que é visto por lá como sinal de prestígio ao diretor Leandro Daiello.

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» CLICK. O diretor de relações institucio­nais da Claro, Fábio Andrade, convidou senadores para jantar em homenagem ao conselheir­o da Anatel Igor Vilas Boas. A agência fiscaliza operadoras.

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