Temer almoça com presidente do BNDES
Segundo auxiliares do peemedebista, não foi discutida uma possível substituição de Rabello no comando do banco
O presidente Michel Temer almoçou ontem com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, no Palácio do Planalto. Se- gundo auxiliares do presidente, os dois conversaram sobre o andamento dos trabalhos na instituição, mas não falaram em uma possível substituição de Rabello no comando do banco.
Reportagem do Estado publicada ontem mostrou que o governo avalia trocar Rabello como forma de agradar ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Maia nega que esteja tentando influenciar uma troca no comando do BNDES.
Rabello tem a intenção de disputar pelo PSC a sucessão de Temer em 2018. Segundo auxi- liares do presidente, porém, eles não discutiram no almoço as pretensões políticas do economista nem possíveis datas de saída do cargo. Em tese, ele teria de se desincompatibilizar em abril. Amigo de Temer, Rabello assumiu o BNDES em junho, após a saída de Maria Silvia Bastos Marques. À época, Maia tentou emplacar Luciano Snel, da Icatu Seguros, e ficou contrariado por não te r s i do consultado sobre a escolha. Na conversa com Temer, de acordo com um auxiliar do presidente, Rabello apresentou alguns projetos de trabalho e se mostrou preocupado com o parecer da área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) que cobra um calendário de devolução de recursos pelo BNDES ao Tesouro Nacional. A área técnica do TCU quer que o Ministério da Fazenda e o BNDES acertem um cronograma detalhado de antecipação do pagamento de novas parcelas, conforme o dinheiro dos empréstimos concedidos a empresas for retornando aos cofres do banco de fomento. O documento fixa um prazo de 30 dias para que o cronograma seja fechado.
No almoço, Temer e Rabello também discutiram a possibilidade de aumento de financiamento a pequenas empresas.
Mais tarde, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, dis- se que o governo não está demitindo Rabello. Oliveira disse “não saber se é verdade” que Maia pressiona pela demissão. “A única coisa que posso afirmar com certeza é que Rabello não está sendo demitido.”
O ministro disse estar satisfeito com o trabalho do economista à frente do banco de fomento. “Estamos muito satisfeitos, temos tido trabalho colaborativo com o BNDES, as discussões que temos tido resultaram em ações muito positivas, com lançamento de linhas ( de crédito) que fizemos lá atrás, ( a discussão para) auxiliar o Tesouro no cumprimento da regra de ouro”, afirmou.