O Estado de S. Paulo

Temer almoça com presidente do BNDES

Segundo auxiliares do peemedebis­ta, não foi discutida uma possível substituiç­ão de Rabello no comando do banco

- Carla Araújo Felipe Frazão / BRASÍLIA / COLABORARA­M IDIANA TOMAZELLI e ADRIANA FERNANDES

O presidente Michel Temer almoçou ontem com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, no Palácio do Planalto. Se- gundo auxiliares do presidente, os dois conversara­m sobre o andamento dos trabalhos na instituiçã­o, mas não falaram em uma possível substituiç­ão de Rabello no comando do banco.

Reportagem do Estado publicada ontem mostrou que o governo avalia trocar Rabello como forma de agradar ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Maia nega que esteja tentando influencia­r uma troca no comando do BNDES.

Rabello tem a intenção de disputar pelo PSC a sucessão de Temer em 2018. Segundo auxi- liares do presidente, porém, eles não discutiram no almoço as pretensões políticas do economista nem possíveis datas de saída do cargo. Em tese, ele teria de se desincompa­tibilizar em abril. Amigo de Temer, Rabello assumiu o BNDES em junho, após a saída de Maria Silvia Bastos Marques. À época, Maia tentou emplacar Luciano Snel, da Icatu Seguros, e ficou contrariad­o por não te r s i do consultado sobre a escolha. Na conversa com Temer, de acordo com um auxiliar do presidente, Rabello apresentou alguns projetos de trabalho e se mostrou preocupado com o parecer da área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) que cobra um calendário de devolução de recursos pelo BNDES ao Tesouro Nacional. A área técnica do TCU quer que o Ministério da Fazenda e o BNDES acertem um cronograma detalhado de antecipaçã­o do pagamento de novas parcelas, conforme o dinheiro dos empréstimo­s concedidos a empresas for retornando aos cofres do banco de fomento. O documento fixa um prazo de 30 dias para que o cronograma seja fechado.

No almoço, Temer e Rabello também discutiram a possibilid­ade de aumento de financiame­nto a pequenas empresas.

Mais tarde, o ministro do Planejamen­to, Dyogo Oliveira, dis- se que o governo não está demitindo Rabello. Oliveira disse “não saber se é verdade” que Maia pressiona pela demissão. “A única coisa que posso afirmar com certeza é que Rabello não está sendo demitido.”

O ministro disse estar satisfeito com o trabalho do economista à frente do banco de fomento. “Estamos muito satisfeito­s, temos tido trabalho colaborati­vo com o BNDES, as discussões que temos tido resultaram em ações muito positivas, com lançamento de linhas ( de crédito) que fizemos lá atrás, ( a discussão para) auxiliar o Tesouro no cumpriment­o da regra de ouro”, afirmou.

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PSC. Em 2018, Rabello quer disputar a Presidênci­a

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