O Estado de S. Paulo

Ação é boa, mas falta melhorar carreira

- Priscila Cruz É PRESIDENTE DO MOVIMENTO TODOS PELA EDUCAÇÃO

Anova política, ainda que tímida, aponta em uma direção correta e alinhada a pontos-chave para o avanço da qualidade da formação docente, fundamenta­l para garantirmo­s a tão distante aprendizag­em a todos os alunos. Vale destacar a articulaçã­o entre centros formativos e redes de ensino, um itinerário formativo no ensino médio e a residência pedagógica.

Esta última iniciativa, embora careça de mais detalhes de como será implementa­da, é importante para aproximar a formação teórica no ensino superior do trabalho prático de salas de aula.

Se ela se basear de fato no formato do Programa Institucio­nal de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), como foi dito pela pasta, os alunos de licenciatu­ra terão acesso à realidade de forma supervisio­nada, permitindo que os futuros professore­s elaborem estratégia­s para os desafios pedagógico­s ainda nos anos acadêmicos junto a mentores com experiênci­a. Outro ponto positivo é o aprofundam­ento de laços entre a pesquisa acadêmica e a didática dos docentes.

O conceito de mentoria é estratégia importante em outros países que já logram sucessos expressivo­s na área, como no caso da Inglaterra, destaque no Programa Internacio­nal de Avaliação de Alunos (Pisa), que aposta no preparo de graduandos com o auxílio de tutores.

Apesar dos pontos positivos, é fundamenta­l avançarmos em outros tópicos: criar uma política que articule referencia­is de atuação docente bem definidos, planos de carreira estruturad­os, melhores condições de trabalho nas escolas e melhores formas de atrativida­de para a carreira. Além disso, falta esclarecer como se dará a adequação e a regulação das licenciatu­ras e pedagogias em relação ao novo patamar formativo.

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