‘Resultados esportivos têm peso incalculável’
Aos 36 anos e presidente do Bahia, Marcelo Sant’Anna é o mais jovem mandatário entre os 20 clubes da Série A. Ele está no cargo desde 2014, é formado em marketing e jornalismo e tenta evitar o rebaixamento do seu time. Ao Estado, Sant’Anna fala sobre os três anos à frente do cargo.
Quais as principais mudanças realizadas em sua gestão?
O renascimento do Bahia passa pela democracia, conquistada em meados de 2013, e que veio casada com o profissionalismo. O clube tem uma estrutura organizacional simples, operacional e eficiente. Contratamos profissionais motivados e especialistas nas áreas. Este ano, por exemplo, vamos concluir a recuperação do patrimônio do clube, que passará a ter dois centros de treinamento: Fazendão e Cidade Tricolor. É o maior investimento financeiro do Esporte Clube Bahia em décadas.
Como está o Bahia no aspecto financeiro?
Em processo de reestruturação. Os passivos trabalhistas e cíveis são muito altos. Somados, superam R$ 50 milhões. O ato trabalhista nos ajuda e, felizmente, aderimos ao Profut e cumprimos a lei, parcelando débitos fiscais e tributários. Que realmente exista rigor no cumprimento e na fiscalização da lei, além de penas a quem descumprir. Não dá para, digamos, o fair-play financeiro ser praticado somen- te por parte de clubes que disputam o mesmo campeonato.
Qual a importância de escapar do rebaixamento em 2017 para concretizar o crescimento do clube?
Grande. Na cultura brasileira, os resultados esportivos têm peso incalculável comparados às conquistas administrativas, financeiras ou patrimoniais.
Como a maioria dos clubes são associa- ções esportivas, onde não existe a figura do dono para responder com o patrimônio ou na Justiça, a maioria faz qualquer coisa pelo sonho de ser campeão. Os resultados são dívidas surreais. O sucesso de clubes que praticam boa gestão mostrará ao torcedor que há outro caminho para ser campeão. Mais lento, porém certamente mais seguro e duradouro.