O Estado de S. Paulo

Metade trabalha em pequenas empresas

Proporção de trabalhado­res em grandes companhias caiu de 30,5% em 2014 para 26% em 2016

- RIO FABRÍCIO CASTRO D.A

Em meio à deterioraç­ão do emprego e à extinção de milhões de vagas, os pequenos empregador­es ganharam ainda mais relevância no mercado de trabalho brasileiro. Metade das pessoas ocupadas no País (50,1%) trabalhava em empreendim­entos de pequeno porte em 2016, que possuem de uma a até cinco pessoas empregadas, segundo os dados da Síntese da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE).

Em 2015, a fatia de ocupados nos pequenos empreendim­entos era de 48,1%. Em 2014, período pré-crise, esse porcentual já era relevante, mas considerav­elmente mais baixo, 46,6% dos ocupados estavam nos pequenos empregador­es.

Ao mesmo tempo, a proporção de trabalhado­res trabalhand­o em grandes empreendim­entos, que empregavam 51 pessoas ou mais, encolheu de 30,5% em 2014 para 29,0% em 2015, passando a 26,0% em 2016.

As empresas de grande porte enxugaram mais a força de trabalho durante a crise e perderam representa­tividade como empregador­es em relação ao início da série histórica, em 2012, em todas as regiões do País. Por outro lado, os pequenos empreendim­entos fizeram o movimento oposto, com cresciment­o em todas as regiões em 2016 ante 2012.

Essa perda de relevância de grandes empresas como empregador­es de mão de obra pode ter explicação na redução da produção industrial, primeiro setor da economia a sentir os efeitos da crise, apontou o IBGE. A redução do parque industrial também pode estar por trás de outro efeito, o da redução na sindicaliz­ação.

O número de sindicaliz­adas encolheu no País nos últimos anos. Em 2016, 16,9 milhões de pessoas ocupadas ou que já tinham trabalhado estavam associadas a algum sindicato. Em termos porcentuai­s, foi o menor patamar da série histórica, iniciada em 2012. A fatia de sindicaliz­ados passou de 13,6% em 2012 para 13,4% em 2014, recuando a 12,1% em 2016. /

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