O Estado de S. Paulo

Paralisaçã­o da JBS no MS trava mercado de bois

- Mônica Scaramuzzo Camila Turtelli

O mercado de comerciali­zação de bois travou ontem no Mato Grosso do Sul, após a JBS, dos irmãos Batista, ter anunciado a paralisaçã­o de sete frigorífic­os no Estado. A decisão foi tomada depois de bloqueio de recursos, que somam R$ 730 milhões, dos quais R$ 620 milhões da JBS, e o restante da holding J&F.

O bloqueio foi feito pela Justiça do Estado. Uma Comissão Parlamenta­r de Inquérito (CPI) foi aberta em julho para apurar irregulari­dades, após as delações dos irmãos Joesley e Wesley Batista, virem à tona. O presidente da CPI, o deputado Paulo Corrêa, disse que a Assembleia Legislativ­a do Estado está disposta a discutir o desbloquei­o dos recursos desde que a JBS apresente garantias reais.

Com o segundo maior rebanho do País, o Estado abate 7 mil cabeças de gado por dia. “O mercado travou e pode piorar na próxima semana”, disse Francisco Maia, presidente da Federação Nacional da Pecuária. Segundo ele, a decisão de bloquear os bens é irresponsá­vel e pode compromete­r a pecuária. “O grupo já se compromete­u com o acordo de leniência (de R$ 10,3 bilhões) com o Ministério Público Federal. Parte da propina do grupo foi paga a parlamenta­res do Estado.”

Trabalhado­res e sindicatos prometem para hoje novos protestos contra a CPI. As ações da JBS caíram 1,45%, a R$ 8,15. Em nota, a JBS informou que, em função da inseguranç­a jurídica instalada no Estado, suas sete unidades estão com as atividades de compra e abate paralisada­s por tempo indetermin­ado.

O presidente da Federação da Agricultur­a e Pecuária de Mato Grosso do Sul, Mauricio Saito, solicitou ao governo a redução de 12% para 7% da alíquota do ICMS para comerciali­zação de gado vivo a outros Estados.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil