O Estado de S. Paulo

Atriz faz sua estreia na direção

- JOÃO WADY CURY E-MAIL: JOAO.CURY@ESTADAO.COM BLOG: CULTURA.ESTADAO.COM.BR/BLOGS/ARCENICO

Aatriz Erica Montanheir­o caiu nas graças de Jô Soares e ambos fizeram promessas de não mais se largar depois de Histeria. Vai durar pouco. Egressa do Núcleo de Dramaturgi­a do Sesi, com dois textos prontos e a serem montados, a atriz agora se divide entre a assistênci­a de direção de Eric Lenate na montagem de A Serpente, de Nelson Rodrigues, que estreia em 2 de novembro, e na paralela a sua primeira direção teatral: Vocês Que me Habitam, de Gustavo Colombini e da própria Erica, em 11 de novembro na Oficina Cultural Oswald de Andrade, sobre o encontro de duas mulheres em um consultóri­o médico. Cenas fortes à vista. Não é à toa que a atriz é formada em melodrama na França. GOOD TRIP, BAD TRIP O escritor russo Dostoievsk­i emprestou, involuntar­iamente, um trecho do seu romance O Idiota para que o seu conterrâne­o Vladimir Sorokin, inédito em Pindorama, criasse situações embaraçosa­s na peça Dostoievsk­i Trip, dirigida por Cibele Forjaz, que estreia no dia 26 no CCBB. “Sorokin trata de assuntos incômodos como a mercantili­zação das coisas e pessoas”, conta a diretora. Mais atual, impossível.

PANORAMA SEM PONTE Ficou para 2018 a montagem de Panorama Visto da Ponte, clássico de Arthur Miller, com Rodrigo Lombardi e Sérgio Mamberti no elenco, direção de José Henrique de Paula. A peça deveria estrear este mês.

PONTE COM VISTA Panorama não é texto fácil, coisa de gente grande. Reverbe- ram por aí exaltações à montagem mais famosa levada no Brasil do texto de Miller: TBC, 1958, Nathalia Timberg, Stênio Garcia e, pela primeira vez como protagonis­ta no grupo, o ator Leonardo Villar. Foi esta montagem, seguida de O Pagador de Promessas, de Dias Gomes, em 1960, que levou Leo Villar a ser o escolhido dois anos depois para o filme homônimo de Anselmo Duarte – e que acabou papando a Palma de Ouro em Cannes. Villar deveria ser modelo: falou pouco e trabalhou muito e, não bastasse, com brilhantis­mo. Algo quase insuportáv­el para os adeptos do marketing pessoal, do qual ainda é avesso. Sempre foi operário do trio cinema, teatro e TV. Fez todos os papéis que um ator sonha. Hoje, aos 94, mora na zona leste paulistana. Sem filhos, vive rodeado por 35 sobrinhos e 70 sobrinhos-netos. É a glória.

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AMANDA PEROBELLI/ESTADÃO Erica. Drama e melodrama
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