É tempo de flor no menu do Tuju. Mas nada convencional
O menu de primavera do Tuju está repleto de flores – e não há na afirmação qualquer tentativa de fazer trocadilho. É pura verdade. Porém não espere encontrar rosas ou amores-perfeitos comestíveis, mimosos e convencionais. Flor, na cozinha de Ivan Ralston, é a do sabugueiro, que abre o menu em par com sorbet de caju; a couve-flor que vai parar no acarajé; a alcachofra servida com crocante de queijo canastra, purê de limão siciliano e dill; a flor de abobrinha, que envolve o lagostim...
O menu abre espaço também para o que não é flor mas está no jardim. O mel da abelha nativa uruçu-amarela dá um toque adocicado ao cannolo de coalhada com sal de hortelã. E o pólen faz o molho do coelho confitado na gordura de jamón e servido com curau e mostarda. Folhas frescas e ervas compõem o curry verde, espécie de sopa com pupunha e ervilha, servida em temperatura ambiente. Da horta vêm os tomates transformados num caldo translúcido que acompanha o peixe do dia, servido com purê de raiz forte e feijão-de-corda frito. Abóbora espaguete e mole de brócolis escoltam outro pescado.
Uma tábua de queijos brasileiros faz a passagem entre salgados e doces. E a seleção final começa com casquinha de sorbet de pitanga com noz-pecã, traz também sorvete de leite de ovelha cru com sopa de amora, yu- ba de chocolate e gelatina de kirsch. Para encerrar, bombons. Sem dúvida, esse é o mais maduro menu do Tuju – de novo, sem trocadilhos. O menu custa R$320 ou R$470 com harmonização de bebidas.