O Estado de S. Paulo

Capital tem novo parque fechado por febre amarela

No Anhanguera, o maior da cidade, foi encontrado macaco morto com suspeita de infecção pelo vírus; interior intensific­a vacinação

- Paula Felix Luiz Fernando Toledo

O Parque Anhanguera, na zona norte de São Paulo, foi fechado ontem em prevenção contra a febre amarela. A medida foi tomada após um sagui ser achado morto na unidade. Resultados laboratori­ais preliminar­es confirmam a doença no animal. A Prefeitura também anunciou ontem aumento do número de postos que oferecem vacina contra a febre. No interior, ao menos 17 municípios intensific­aram a imunização.

O Anhanguera, em Perus, é o maior parque municipal, com 9,5 milhões de m². Outros dois parques, estaduais, já foram fechados na semana passada. Um deles é o Horto, também na zona norte, onde também foram achados cinco macacos bugios mortos – para um deles, há confirmaçã­o da doença. O outro é o Cantareira, ao lado do Horto.

A Secretaria Municipal da Saúde informa que ainda falta o exame histoquími­co para confirmar se o sagui do Anhanguera tinha o vírus. A pasta sugere a não visitação dos parques do Canivete, no extremo norte, e do Córrego do Bispo, na mesma região, ainda em obras. Como essas unidades não são fechadas, não é possível impedir o acesso.

Até ontem, oito Unidades Básicas de Saúde (UBS) da zona norte tinham vacinação contra a doença. A partir de hoje, outras 19 unidades da zona norte passarão a oferecer a imunização. A extensão do horário de funcioname­nto das unidades ainda está em estudo e vai depender das necessidad­es de cada região. Até ontem, foram vacinadas 63,6 mil pessoas, segundo a Secretaria de Saúde.

Interior. Ao menos outros 17 municípios paulistas estão recebendo ações de intensific­ação de vacinação contra o vírus.

Na região de Jundiaí – em 15 cidades como Atibaia, Vinhedo e Bragança Paulista – , a meta da Secretaria de Estado da Saúde é imunizar mais de 860 mil pessoas. O trabalho teve início no início do mês, após a confirmaçã­o de mortes de primatas infectados pelo vírus em Jundiaí.

Campinas e Valinhos terão o “Dia D” de vacinação no sábado, mas as corridas aos postos já cresceu nos últimos dias. O objetivo é ter 500 mil pessoas imunizadas. Em abril, 300 mil já haviam sido vacinados em dois distritos de Campinas.

Coordenado­r de controle de doenças da secretaria estadual, o infectolog­ista Marcos Boulos informou que a vacinação tem sido intensific­ada há um ano e meio. “Estamos seguindo a rota dos macacos, onde estão aparecendo mortes, estamos vacinando. Fomos fazendo a vacinação para não deixar áreas de risco sem cobertura vacinal. Quando acabou o grande surto, percebemos que continuava tendo mortes de macacos, principalm­ente na região de Campinas.”

Em 2017, o País teve o maior surto de febre amarela dos últimos 14 anos. Os primeiros casos apareceram em dezembro de 2016 e, em setembro deste ano, o Ministério da Saúde anunciou o fim do surto da doença, que matou 271 pessoas até 1.º de agosto deste ano.

Boulos afirma que, desde a metade do ano passado, já foram aplicadas 5 milhões de doses no Estado. As equipes já estavam preparadas para a ocorrência de um caso na capital, tendo em vista a “caminhada” do vírus. “As pessoas não devem ficar preocupada­s, mas atentas. Essa é uma doença silvestre. Só as pessoas que se expõem em regiões de mata podem ter.”

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